Arte barroca: principais artistas e obras do movimento

Dramaticidade, uma boa pitada de realismo e muitos, muitos detalhes: assim é a arte barroca, um movimento artístico que se desenvolveu no Ocidente durante o século XVII e marcou um período histórico de transições e mudanças sociais e religiosas. 

Já ouviu falar desse estilo? Venha com a gente e descubra suas características mais marcantes, seus principais representantes e sua influência na arte brasileira.

O que é a arte barroca?

Para compreendermos adequadamente o surgimento da arte barroca e o seu impacto cultural, precisamos prestar atenção no contexto da época. No final do século XVI o mundo ocidental passava pela contrarreforma. 

Esse período é marcado pelas tensões europeias religiosas e econômicas – onde o direito divino dos reis passou a ser questionado – e pelas colonizações americanas. A arte barroca – sobretudo a pintura – refletia essa mudança de perspectiva, onde o cenário colonialista e a classe média burguesa ditavam novos interesses e status.

Definida por ter um estilo elaborado e com temáticas religiosas, a arte barroca possuía uma estética exagerada e cheia de ornamentos, onde o divino e o humano distinguiam-se pelos contrastes de luz e sombra e pelas expressões para lá de dramáticas.

Características principais da arte barroca

Antes de mais nada, devemos ter em mente que a arte barroca não é um movimento completamente homogêneo, já que se desenvolveu em diversos locais – inicialmente na Europa e, mais tarde, nas Américas. Apesar disso, existem algumas características recorrentes e marcantes. 

Entre elas, podemos destacar a predominância da temática religiosa, a dramaticidade, o realismo e a teatralidade das personagens retratadas, o contraste entre luz e sombra (sobretudo com o chiaroscuro), o uso impecável dos contornos e das curvas e o enfoque nos detalhes ornamentais.

Principais representantes da arte barroca no mundo

Na Europa, onde a arte barroca surgiu, são vários os artistas que representam com maestria essa corrente artística – cada um com suas particularidades e estilos específicos.

Gian Lorenzo Bernini (1598 – 1680) ficou conhecido como o artista que inaugurou o estilo barroco com suas esculturas dramáticas e cheias de sentimento – como é o caso da obra O Êxtase de Santa Teresa, retratando Santa Teresa recebendo uma flechada no peito. 

Na pintura italiana barroca, um nome que sempre se destaca é o de Michelangelo Caravaggio (1517 – 1610), com seu traço repleto de dramatismo, seus retratos de figuras marginais (como músicos, prostitutas e trabalhadores) e seu uso potente de luz e sombra. 

Entre outros pintores italianos, temos Annibale Carraci (1560 – 1609) e Andrea Pozzo (1642 – 1709). De forma mais geral, a arte barroca surgida e desenvolvida na Itália utilizava-se de composições onde a distribuição dos elementos em cena era diagonal, o que ressaltava o caráter mais sentimental das obras.

A Espanha foi outro país europeu onde o barroco ganhou força – tanto na pintura quanto na arquitetura. Entre os pintores, El Greco (1541 – 1614) e Diego Velázquez (1599 – 1660) são os nomes mais famosos. 

Enquanto o primeiro aposta em figuras alongadas e cenas verticais, o segundo busca retratar tanto o cotidiano do povo espanhol quanto a realeza espanhola do século XVII. A temática religiosa se mantém, mas dessa vez adicionando um realismo intenso misturado a uma tensão mística. O resultado? Obras inesquecíveis!

Na Holanda, um dos nomes mais conhecidos da arte barroca é do pintor Rembrandt (1606 – 1669), que explorava com maestria a luminosidade em suas obras: contrastes, luzes intensas, meio-tons e sombras faziam parte do seu repertório para criar efeitos únicos na suas obras.

Outro holandês que até hoje é reconhecido entre os mestres da pintura é Vermeer (1632 – 1675). Seu uso da iluminação, por sua vez, é distinto: a claridade natural de todas as cenas são enfatizadas em pinturas que retratavam o cotidiano da burguesia do seu país.

Arte barroca no Brasil

No Brasil, a arte barroca não ficou para trás. Com a chegada dos colonizadores portugueses, ela tornou-se relevante no século XVIII e se estendeu até as primeiras décadas do século XIX. 

Na pintura, cores fortes e realismo ilustravam a temática religiosa e mitológica. Na arquitetura, a ênfase recaía sobre a simetria e o equilíbrio das obras e construções – a maioria fabricada com barro cozido, madeira e pedra-sabão. O que mais contava era o impacto visual: movimentos dramáticos em linhas curvas e muita extravagância.

Dentre os artistas brasileiros que melhor representaram o barraco estão os escultores Antônio Francisco Lisboa (1738 – 1814) – popularmente conhecido como Aleijadinho – e Mestre Valentim (1745 – 1812), além do pintor Manuel da Costa Ataíde (1762 – 1830). Todos incluíram seus estilos próprios, com muitas referências locais, na criação da arte barroca.

Aleijadinho é conhecido mundo afora por seu trabalho arquitetônico em Minas Gerais, onde esculpiu diversas esculturas em pedra-sabão, igrejas e entalhes em madeira.

O legado da arte barroca

A arte barroca não é especial apenas por sua estética tão única, mas também pela história que ela conta. Observando suas características conseguimos vislumbrar o desenrolar do momento histórico em que ela se desenvolveu, carregando mudanças de cunho social, econômico e religioso.

Além disso, é, em grande parte, devido ao seu surgimento que o consumo de arte sacra se expandiu ao redor do mundo – sobretudo através de um mercado formado por igrejas, irmandades e burguesia.

No período contemporâneo, o barroco influencia artistas através da sua técnica e estética rebuscadas e místicas, já que serve como inspiração para aqueles que desejam dominar uma linguagem artística atenta a todos os detalhes que compõem cada obra.

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Com muito contraste entre luz e sombra, cenas carregadas de emoção e dramaticidade, e muitos motivos religiosos, a arte barroca iniciou-se na Itália do século XVII, espalhou-se pelo restante da Europa e, finalmente, chegou ao continente americano com os colonizadores espanhóis e portugueses. 

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Categorias: História da Arte