Com cores suaves, temática leve e estilo ornamental, o Rococó até hoje dá o que falar. Considerado um movimento artístico de transição entre o barroco e o neoclassicismo, possui um caráter hedonista e, em alguns países, admite elementos religiosos.
Vamos conhecer mais sobre o Rococó? Continue com a gente e descubra suas principais características, seu contexto histórico e a sua passagem pela arte brasileira!
A origem e a evolução do Rococó
O Rococó enquanto movimento artístico surgiu na França no início do século XVIII. Conhecido como um estilo de transição entre o Barroco e o Neoclassicismo, tem a sua origem e suas características pautadas sobretudo pelo Iluminismo – mas, em algum grau, também pela Reforma Protestante e pela Contra Reforma.
Do movimento Iluminista francês, incorporou os aspectos antropocêntricos, como a valorização do conhecimento, da razão, do método científico, da igualdade e da liberdade. Em alguns países que são a exceção, como o Brasil, o caráter religioso das obras do Rococó é acentuado.
Principais características do estilo Rococó
O Rococó surgiu como um movimento que possuía em sua base a ideia de decoração. Englobando a arquitetura, a ornamentação de objetos, a pintura e a decoração de interiores, esse estilo tinha uma natureza mais aristocrática e, em certa medida, hedonista – exaltando a beleza e o prazer das obras criadas.
Entre as suas principais características formais, podemos destacar as linhas assimétricas e curvilíneas em forma de C, as texturas suaves, as cores claras e luminosas – como os tons pastéis quentes e dourados), as construções leves e a decoração bem ornamentada.
Sua temática muitas vezes é bucólica, sobretudo nas obras francesas. A preferência, na pintura, se dá pelo retrato de festas nobres e de uma sociedade que busca o prazer e a alegria. Em países como a Alemanha, o Brasil e Portugal, a temática religiosa ganhou espaço.
Na decoração de interiores, a natureza toma conta dos tetos pintados com flores e motivos campestres e pastoris. Busca-se refinamento e elegância através das proporções menores e mais delicadas.
Na arquitetura, além das curvas sinuosas, os interiores são bem iluminados, prioriza-se a utilização dos espelhos e o uso de materiais que imitam mármore. Na escultura Rococó, além do aspecto mais decorativo, o tamanho das obras é menor e o corpo humano é representado como leve, gracioso e agradável ao olhar.
Diferenças entre Rococó e Barroco
Não é tão incomum assim acontecer uma associação entre os estilos Rococó e Barroco. Apesar desses dois estilos possuírem certas semelhanças, eles não são iguais – cada um possui seus próprios motivos, características e estéticas.
De forma resumida, podemos dizer que o Rococó fez uma transição entre o estilo excessivo do Barroco e a rigidez do Neoclassicismo. Em certa medida, é como se ele tivesse surgido como uma forma mais delimitada e leve da arte barroca.
No estilo Rococó, a leveza e as cores claras ganham destaque, enquanto no Barroco as obras apresentam imagens pesadas, com temática mais obscura e preferência por um exagero e rebuscamento.
Se no Barroco a religião e a religiosidade são temas frequentes, o mesmo não acontece com o Rococó. É por isso que, em grande medida, o Rococó era considerado uma “arte menor”, mais fútil ou pejorativa.
Pintura Rococó: temas e técnicas
O Rococó prezava por uma temática mais leve e decorativa. Na pintura, é possível identificar dois campos distintos: em um, há um desejo de retratar o modo de vida despreocupado das elites europeias do século XVIII; no outro, o poder civil e a fé recebem mais atenção através da reprodução do seu estilo decorativo e grandioso.
Seu aparato técnico buscava realçar formas curvas com contornos fluidos e delicados, onde as cores funcionam como um elemento para realçar a harmonia das composições. Nesse sentido, as obras do período possuem sempre um caráter decorativo, criadas para ornamentar os ambientes e serem apreciadas sem grandes dificuldades estéticas.
Entre os nomes mais consagrados que deram vida às pinturas em estilo Rococó, temos os franceses Jean-Antoine Watteau (1684-1721), François Boucher (1703-1770) e Jean-Honoré Fragonard (1732-1806) e o alemão Giambattista Tiepolo (1696-1770).
O movimento Rococó no Brasil
No Brasil, o Rococó possui algumas particularidades interessantes. Diferente do estilo condensado em países como França e Alemanha, por exemplo, em solo brasileiro é difícil separá-lo completamente do barroco. Isso se reflete, antes de mais nada, na forte influência religiosa que domina o movimento.
Tanto na pintura quanto na escultura e na arquitetura, o Rococó das obras nacionais tinham linhas suaves, traços sutis, cores claras e temática religiosa ou que exaltavam o poder civil. No século XVIII, são muitas as obras deste estilo que aparecem nas cidades de Ouro Preto e Rio de Janeiro.
O principal nome do Rococó brasileiro é também aquele conhecido como o mais famoso expoente do Barroco: Antônio Francisco Lisboa (1738 – 1814), mais conhecido como Aleijadinho. Escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto, criou imagens sacras inesquecíveis em catedrais, igrejas e santuários mineiros.
Outros nomes para conhecer são o do escultor Mestre Valentim (1745 – 1813), do pintor Mestre Ataíde (1762 – 1830) e do escultor português naturalizado brasileiro Francisco Xavier de Brito (? – 1751).
O poder da arte ornamental
Por muito tempo, o Rococó foi considerado um movimento menor, já que suas características principais focavam em uma arte ornamental, perfeita para decorar salões e igrejas. Mas já faz umas boas décadas que tanto a crítica quanto os próprios artistas mudaram seu pensamento sobre esse estilo de arte.
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