Yayoi Kusama: conheça a psicodelia das obras da artista

Cores que explodem nos olhos, bolinhas que se perdem ao infinito e uma pitada de imersão: a arte de Yayoi Kusama mistura pinturas, colagens, esculturas, instalações e performance para criar obras que não podem ser esquecidas facilmente.
Você conhece essa artista plástica japonesa que se tornou uma das mais importantes e influentes na arte contemporânea? Não? Então venha com a gente e fique por dentro do universo psicodélico e onírico das obras de Yayoi Kusama!
A história de Yayoi Kusama começa no ano de 1929, na província rural japonesa de Matsumoto.
Filha de uma família mais conservadora, que não aceitava a sua inclinação para o mundo artístico, Kusama começou a pintar desde muito cedo, inicialmente em aquarela, óleo e pastel.
Desde criança, a artista sofria de quadros de alucinação e TOC. Não é à toa, portanto, que muito da sua arte se baseie em obsessões repetidas, como a utilização de pontos e bolinhas, formas que a acompanham de muito perto.
Aos 27, em 1957, Kusama decide se mudar para Nova York. Com o Japão ainda se recuperando da Guerra, ela conta com a ajuda de sua amiga, e já renomada artista, Georgia O’Keeffe, para recomeçar a vida nos Estados Unidos.
Logo, torna-se uma figura famosa na cena artística da cidade, tendo contato direto com a Pop Art e seus influenciadores.
Neste período, passa a trabalhar com grandes nomes da arte contemporânea como Donald Judd e Andy Warhol, e participa de muitas exposições de arte ao ar livre.
Yayoi Kusama também fica conhecida por seu engajamento com causas sociais e de gênero, como uma feminista que não tem medo de se posicionar.
No ano de 1973, já mundialmente reconhecida, a artista retorna ao Japão e decide se internar em um hospital psiquiátrico por conta do agravamento de seu transtorno obsessivo.
Com um apartamento próprio que funciona como ateliê a poucos minutos do hospital, é ali que mora até hoje, sempre produzindo, inovando e encantando.
As obras de arte de Yayoi Kusama são capazes de transportar o espectador para um lugar muito particular, todo seu.
Isso porque seu trabalho, delimitado por uma visão de mundo marcada pela busca pessoal em se libertar dos seus próprios demônios, encerra características que não são facilmente encontradas, unidas, em outros artistas contemporâneos de maneira tão bem estruturada.
Conheça abaixo as principais características das obras da artista japonesa!
Não há como olhar para o trabalho de Yayoi Kusama e não reparar imediatamente em um detalhe: as repetições.
Trabalhando de forma recorrente com a noção de infinitude, os padrões repetidos aparecem durante toda a sua construção artística, traduzidos em diferentes tipos de obsessões: são alimentos, luzes, falos e, mais recentemente, as famosas bolinhas (pontinhos ou polka dots).
Em séries de muitos círculos preenchidos e de tamanho semelhante, a artista vai além da pintura: as bolinhas fazem parte de instalações e esculturas por diversos lugares do mundo, de uma forma ou outra sempre dialogando com suas obsessões de cunho psicológico.
A arte, assim, pode ser vista como um modo de terapia.
Mas para além das famosas bolinhas, Yayoi faz sucesso pela sua capacidade de transitar entre diferentes artes e conseguir trazer o espectador para esse mesmo mundo.
Suas instalações imersivas, proporcionam uma experiência sensorial como poucas.
Obras como as “Infinity Mirror Rooms”, onde o espectador se vê imerso em uma sala que parece espelhada e infinita, sempre com alguma temática específica, revolucionaram a interação entre público e arte.
Ali, você se sente parte da instalação, ao mesmo tempo em que observa de dentro a sua própria pequeneza.
Outra característica inescapável para o público é a sua paleta de cores vibrante e psicodélica, capaz de criar experiências sensoriais únicas.
Vermelhos, amarelos, azuis: através de cores primárias a artista nos leva onde poucos conseguem!
Além da influência visível da Pop Art no seu trabalho, movimentos e expressões artísticas como o surrealismo, o minimalismo e o expressionismo abstrato também incluem seus elementos e suas características nas obras de Kusama.
Para adicionar ainda mais profundidade ao seu trabalho, a artista conta com a presença constante da natureza e do corpo humano em suas obras.
Por meio desses elementos que enfatizam as formas orgânicas aliadas às superfícies não tradicionais e uso de luzes, ela busca borrar as barreiras entre tradicional e inovador.
Lidando com crises obsessivas desde criança, Yayoi Kusama não tem medo de expor seus temores enquanto faz a sua arte.
Pelo contrário: em várias ocasiões a artista já deixou claro que a sua condição de saúde interfere em sua produção artística na mesma medida em que também funciona como a terapia que a salva de se entregar para as suas angústias.
Um convite para se perder em um mundo de formas, cores e repetições, as obras de Yayoi Kusama figuram em museus por todo o mundo.
Japão, Nova York, Espanha e Brasil estão entre os países agraciados com exposições de seus trabalhos artísticos.
Entre suas obras mais icônicas, podemos destacar as esculturas em formato de abóboras (como aquela instalada em Naoshima, Japão, em 1994), a Narcissus Garden (exposta em Inhotim, Minas Gerais), a Jardim Narciso (realizada na Bienal de Veneza em 1966) e, claro, a instalação Obsessão de Pontos, de 1996.
Misturando tantos estilos, técnicas e referências, a obra de Kusama caiu no gosto da cultura popular e influenciou de designers a músicos.
Além disso, por não se esquivar de encarar seus próprios problemas pessoais através da arte, ela consegue dialogar de forma natural com outros artistas.
Assim, além das suas exibições atuais, também encontramos a arte de Kusama em diversas colaborações famosas e atuais, como, por exemplo, a que aconteceu com Louis Vuitton em 2012 e 2023.
Se tem uma coisa que podemos aprender com Yayoi Kusama é que para fazer arte não é preciso deixar de lado quem se é. Por isso, aceite suas próprias particularidades (de desejos a temores) na hora de colocar a mão na massa.
Para utilizar a artista japonesa como inspiração mais direta, dê preferência para o uso de elementos gráficos repetitivos e para as cores vibrantes, além de não ter medo de experimentar misturar diferentes técnicas e abordagens artísticas.
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Uma arte fundamental e inesquecível é aquela que não para de inspirar as novas gerações de artistas.
E assim, sem sombra de dúvidas, é o trabalho disruptivo de Yayoi Kusama, japonesa consciente de seus próprios demônios que, a partir deles, deu vida a uma arte colorida, reflexiva e imersiva.
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Categorias: História da Arte