Simplicidade, harmonia e ousadia: assim podemos resumir o De Stijl, um movimento artístico moderno pós-guerra encabeçado pelo icônico pintor Piet Mondrian. Com ênfase nas cores primárias e nas linhas ortogonais, os artistas deste estilo queriam atingir a perfeição da realidade através do simbolismo das formas simples.
Neste texto, vamos conhecer de perto as principais características do De Stijl e ficar por dentro da sua história, dos seus nomes mais famosos e das suas obras que marcaram gerações.
A origem revolucionária do De Stijl
Quando o De Stijl surgiu, a Europa passava pelo difícil período do pós-guerra, marcado pela depressão e pelas dificuldades sociais. Seus fundadores queriam, antes de mais nada, repensar a realidade e promover uma arte que valorizasse a utopia e a imaginação. O objetivo? Mudar o presente através do potencial transformador que só a arte possui.
Três nomes podem ser associados ao surgimento do De Stijl: dos pintores Piet Mondrian (1872 – 1944) e Théo Van Doesburg (1883 – 1931) e do arquiteto Gerrit Rietveld (1888 – 1964), todos nascidos nos Países Baixos. Foram eles que, com seus trabalhos, marcaram a Arte Moderna do início do século XX.
Privilegiando a simplicidade – em detrimento da beleza estética das obras de arte anteriores –, os fundadores do movimento criaram a revista De Stijl em 1919, onde apresentaram os primeiros passos da arte stijlinista. Em holandês, o termo De Stijl significa, literalmente, “O Estilo”.
Princípios e ideais de uma nova linguagem artística
Na construção do movimento, o que imperava era a busca por uma arte pura que se dava através da abstração geométrica e do uso de cores primárias. Uma nova linguagem artística era almejada: fugir do tradicionalismo, ao mesmo tempo em que se buscava a integração entre diferentes artes.
Design, moda, literatura e fotografia se uniam à pintura e à arquitetura para compor um grupo de artes que pregava o fim dos dogmas e do pensamento individualista, onde a abstração se estabelecia através da pureza e simplicidade das formas e das cores.
Estética visual e características do De Stijl
Quando pensamos no De Stijl, algumas características rapidamente surgem em nossa mente: as formas simples e claras representadas pelos traços e pelas figuras geométricas, a dominância das cores primárias – vermelho, amarelo e azul – e o abstracionismo como modo de retratar aquilo que está por trás da realidade nua e crua.
Os artistas deste movimento se baseavam em pensamentos idealistas para criar suas obras, sempre flertando com as explicações místicas e exaltação de um universo perfeito e harmônico.
Se o azul na horizontal usado por Mondrian em obras como Composição A (1921) e New York City (1942) parece representar a tranquilidade de um dia de céu limpo, a cadeira Red and Blue (1917), do arquiteto Gerrit Rietveld (1888-1964), também segue os fundamentos principais do De Stijl.
De Stijl e Bauhaus: influências e paralelos
A Bauhaus foi uma famosa escola de design, artes plásticas e arquitetura que funcionou de 1919 a 1933 na Alemanha. Ficou famosa por sua ideia de integrar diferentes artes e valorizar o processo de feitura e aprendizado.
Não muito diferente dos ideais do De Stijl, os fundadores e professores da Bauhaus buscavam uma unidade cultural e artística que se desse através das formas simples, do uso de cores primárias e do desejo de se expressar através de elementos abstracionistas.
Principais artistas do movimento
Não há como falar do De Stijl sem olhar mais de perto para os seus artistas fundadores, Piet Mondrian e Theo van Doesburg.
Inicialmente influenciado pelo impressionismo e naturalismo, foi o cubismo quem deixou suas marcas na arte de Mondrian. Um dos grandes nomes da pintura abstrata geométrica, encontrou nas formas retangulares o seu sucesso. Com linhas pretas verticais e horizontais preenchidas pelas cores complementares, o artista buscava no básico as propriedades do equilíbrio e da harmonia.
Theo van Doesburg, pintor e arquiteto, começou sua carreira de artista plástico influenciado por Van Gogh e o seu expressionismo. A partir de 1916, entretanto, afastou-se da vertente expressionista e aproximou a sua arte do abstracionismo geométrico de traços retos e cores puras.
Obras de destaque da arte De Stijl
São muitas as obras notáveis criadas por esse movimento. Para ilustrar o universo fantástico que o De Stijl proporcionou, selecionamos algumas das mais conhecidas, que trazem, nas suas composições, as características que fazem com que esse estilo seja conhecido do modo que é.
Talvez a mais conhecida obra do De Stijl – e certamente a mais famosa obra de Mondrian –, Composição com vermelho, amarelo e azul, de 1921, retrata com maestria as noções do movimento artístico holandês ao trazer o amarelo, o azul e o vermelho dispostos em retângulos e quadrados delimitados por traços pretos. Será que você já viu essa obra por aí? As chances são grandes!
Outra grande conhecida de Mondrian que merece destaque é a tela Broadway Boogie-Woogie. Pintada em período mais tardio, no ano de 1942, nos oferece um Mondrian um pouco mais flexível: se novamente temos as cores primárias dispostas em quadriculados e retângulos, dessa vez quem faz a transição entre as formas é o amarelo. Uma obra para não esquecer.
Em 1929, Theo van Doesburg pintou a tela Composição Simultânea. Nas cores cinza, amarelo, azul e branco, o artista apostou nos quadrados e retângulos em diferentes tamanhos, emoldurados por linhas pretas e precisas. Outro marco para a arte De Stijl.
Saindo das artes plásticas, também temos obras de mobiliário e de arquitetura que se destacam. A Cadeira vermelha e azul (1917) e a casa Rietveld Schröder (1924) em Utrecht são dois exemplos de projetos bem executados no melhor estilo De Stijl. Ambas as criações são de Gerrit Rietveld.
Inspiração para o novo: o moderno nunca sai de moda
Com suas linhas retas, suas formas definidas e suas cores puras, o De Stijl até hoje inspira as novas gerações e faz da arte moderna uma luz que guia os artistas que buscam inovar. Seja para quebrar velhos paradigmas ou para ressaltar a importância do básico, o movimento holandês serve de modelo e ensinamento para quem gosta de arte.
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