Abstrato, expressionista e muito, muito espontâneo: Jackson Pollock entrou no mundo da arte para revolucionar a pintura do século XXI e mostrar que apostar em novas técnicas também é um bom jeito de inovar.
Venha com a gente e conheça mais sobre a vida, a obra e as principais características deste artista norte-americano conhecido como o pai do expressionismo abstrato.
Quem foi Jackson Pollock?
Pollock nasceu em 1912, no estado do Wyoming, nos Estados Unidos. Caçula de seis irmãos, morou em várias cidades durante sua infância e juventude devido ao trabalho do pai, um agrimensor do governo americano. Em 1930, com 18 anos, ingressou na Art Students League em Nova York junto do seu irmão Charles.
Inicialmente estudando com o muralista Thomas Hart Benton – especialista em temática rural, Pollock já procurava seu próprio estilo e sua própria técnica. Na metade da década de 30, passou a adotar a tinta acrílica como sua preferida e pintou vários murais em prédios públicos de Nova York.
A partir dos anos 40, quando começa a apresentar problemas com o álcool e decide procurar ajuda fazendo terapia, o trabalho de Pollock começa a envolver conceitos mais abstratos. É também nesse período que a sua relação com a pintura torna-se cada vez menos preciosista e mais livre.
Em 1945, Pollock se casa com a também artista plástica Lee Krasner. Depois do casamento, ambos passam a se influenciar mutuamente, o que também impacta diretamente no movimento do expressionismo abstrato norte-americano – dos quais os dois faziam parte.
Em 1956, com apenas 44 anos, o artista sofre um acidente de carro enquanto dirigia alcoolizado. Pollock não sobrevive e deixa o universo artístico cedo demais.
Pollock e o expressionismo
O expressionismo abstrato foi um importante movimento artístico que se originou na Europa e nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950.
Entre as suas principais características, podemos destacar o uso de cores fortes e intensas, o desenvolvimento plástico de emoções, sentimentos e conceitos, e a utilização de formas, imagens e figuras subjetivas e indiretas. Se você já viu alguma obra de arte de Jackson Pollock, vai reconhecer alguma dessas características!
Pollock não apenas rompeu com o estilo tradicional da pintura – mais figurativa e representativa – ao apostar em um modo de criação totalmente abstrato, como também inovou na utilização das técnicas; ao invés de pintar com a tela fixada em cavalete, passou a colocá-las no chão e trabalhar utilizando todo o seu corpo.
Sua arte passou a ser vista como uma nova forma de se expressar, onde o mundo, a natureza e a consciência humana conversam no processo de criação. E, consequentemente, no resultado das pinturas.
Para o movimento expressionista abstrato, a forma de pintar de Pollock (conhecida como pintura de ação) e seu modo de expressar seus sentimentos e emoções através da técnica de drip painting, foram essenciais para ditar os rumos e as influências da pintura moderna.
A técnica do Drip Painting
O drip painting, também conhecido como técnica do gotejamento, ficou amplamente famoso nas mãos de Jackson Pollock. Basta passar os olhos pelas obras do artista, que as gotas (ou pingos) de tinta ficam evidentes. Apesar disso, é bom ressaltar que o criador desta técnica é o surrealista Max Ernst.
Para conseguir esse efeito, Pollock colocava as telas no chão do seu estúdio e deixava os pingos escorrerem. O resultado se dava em traços desordenados (mas harmoniosos) por toda a tela. Além dos pincéis, o artista também utilizava latas de tinta furadas, seringas e varas.
Influências e inspirações no trabalho de Pollock
No início de sua carreira artística, Pollock participou de um workshop com o muralista mexicano David Alfaro Siqueiros e ficou impressionado com o uso que este dava para a tinta acrílica. A pintura ritualística dos índios norte-americanos, feita com areia, também influenciou a arte de Pollock.
Traços de Picasso, Matisse e Miró aparecem em muitas das obras iniciais do artista, mas acabam desaparecendo no decorrer de sua carreira. Sua companheira, Lee Krasner, grande conhecedora do modernismo, ajudou Pollock a tornar seu trabalho mais contemporâneo.
Principais obras e períodos de criatividade
Abstratas, improvisadas e intimidadoras: as obras de Jackson Pollock fazem novos admiradores pelos museus e galerias por onde passam.
O Mural, criada entre os anos de 1943-1944 como uma encomenda para a colecionadora Peggy Guggenheim, funcionou como sua porta de entrada para o expressionismo abstrato norte-americano.
Foi entre os anos de 1947 e 1950 que Pollock produziu suas obras mais famosas, todas utilizando a técnica do drip painting. Entre elas, podemos destacar Catedral (1947), Composição (1948), N. 5 (1948), N. 1 (1950) e Um: n. 31 (1950).
A partir de 1951, o artista resolve deixar um pouco de lado a técnica do gotejamento. Seu objetivo é trazer alguns elementos figurativos para o seu trabalho, mas sem deixar de lado sua veia abstracionista. Para isso, aposta em cores mais escuras e inclui representações.
Legado e influência de Pollock na arte contemporânea
Depois de Pollock, a arte nunca mais foi a mesma. Sua técnica do gotejamento e da pintura de ação incentivou outros artistas a produzirem de forma mais livre, espontânea e não objetiva. Sua figura icônica tornou-se símbolo de uma arte capaz de romper com as convenções artísticas e de criar sem barreiras.
Mas não é só o universo das artes plásticas que foi influenciado por Pollock. Áreas como a moda, o design e a arquitetura também bebem das fontes pollockianas. Objetos de decoração, móveis, vestuário e projetos arquitetônicos frequentemente incorporam o expressionismo abstracionista do artista americano.
Para inovar é preciso quebrar as barreiras do criar!
Uma vida tumultuada e uma carreira guiada pela criatividade fazem de Jackson Pollock um dos grandes nomes da pintura moderna. Grande expoente do expressionismo abstrato, Pollock deixou como legado não apenas suas pinturas, mas também um jeito novo de fazer arte, muito mais livre e despretensioso.
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Categorias: História da Arte