Emblemático, subjetivo e emocional: assim podemos resumir um dos movimentos artísticos mais vanguardistas do final do século XIX e início do século XX, o Expressionismo.
Com uma proposta que valorizava a expressividade e o caráter intimista das obras de arte, o Expressionismo influenciou gerações mundo afora.
Vamos conhecer mais de perto o contexto histórico do movimento, as suas principais características e os artistas que fizeram história?
Vem com a gente!
Dica: Movimentos artísticos: conheça os principais
Introdução ao Expressionismo
Quando pensamos no início do século XX do Ocidente, pensamos em grandes mudanças sociais e tecnológicas.
Foi nesse período que surgiram invenções inovadoras, como o telefone, o automóvel, o telégrafo e o avião. Foi também quando Einstein elaborou a teoria da relatividade e Freud, a psicanálise.
Com tantas mudanças que transformaram a ciência e ampliaram a divulgação de informação, surgiram também uma série de questionamentos. Não é incomum que mudanças estruturais de grande magnitude resultem em um período de incertezas e dúvidas, não é mesmo?
Foi nesse contexto que surgiram vários movimentos de vanguarda, preocupados em responder a essas transformações através da arte. E o Expressionismo é um deles!
Interessada em questionar os valores artísticos vigentes, essa corrente – que se originou na Alemanha – fez oposição às formas de arte mais tradicionais e eruditas.
Seu objetivo era propor um tipo de arte que se baseava, sobretudo, na expressão do inconsciente coletivo. Tendo a Primeira Guerra como pano de fundo, o Expressionismo procurou retratar de modo subjetivo e pessoal os acontecimentos que acometem as vidas humanas.
Muito diferente da corrente Impressionista – onde aquilo que é visto é retratado de forma completamente objetiva e direta –, o Expressionismo celebrou a subjetividade do mundo e das suas formas, valorizando o sentimento, as emoções e os detalhes não tangíveis.
Quais as principais características do movimento?
Se opondo diretamente ao Impressionismo, o Expressionismo não desejava criar simplesmente uma impressão daquela realidade que nos cerca, mas ir além, fazendo com que a visão particular e subjetiva do artista refletisse na sua obra. A ideia é que o artista, no ato da criação, deixasse o inconsciente se expressar!
Nesse sentido, podemos dizer que o Expressionismo procurou refletir e expressar a angústia de uma sociedade moderna que vai sendo moldada tanto pelos avanços tecnológicos e industriais quanto pelo fantasma da guerra.
Entre suas características mais marcantes, podemos ressaltar as seguintes:
- valorização das emoções e desejos do artista;
- temática pesada, pessoal e subjetiva, com uma certa distorção da realidade;
- crítica social expressa através do uso de cores contrastantes e intensidade cromática;
- pinceladas marcadas, oscilantes e agressivas, com grossas camadas de tinta;
- as obras, muitas vezes, buscavam conduzir o espectador à introspecção.
Artistas notáveis do Expressionismo
Apesar do Expressionismo possuir algumas características bem definidas, o movimento não foi completamente homogêneo ao longo da sua duração.
Entre seus principais representantes das artes visuais podemos destacar os seguintes:
Edvard Munch (1863 – 1944)
Talvez você já tenha visto uma obra de Munch por aí: uma figura retorcida com as mãos na cabeça, sobre uma ponte, abre a boca e parece gritar. “O Grito” é considerada a maior representante do movimento expressionista e foi pintada pelo artista norueguês em 1893.
Edvard Munch é notavelmente conhecido por retratar com maestria temas como solidão, morte e desespero de uma maneira bem única. Para muitos, é o pai do Expressionismo.
Vincent Van Gogh (1853 – 1890)
Apesar de ter falecido antes do Expressionismo tomar conta da Europa, Van Gogh já trazia em suas pinturas características que o colocam como um dos precursores do movimento.
Com cores vibrantes e ruptura dos preceitos impressionistas, Van Gogh explorou o sofrimento em suas obras de maneira única.
Wassily Kandinsky (1866 – 1944)
Notadamente reconhecido como um dos maiores pintores abstratos, Kandinsky foi antes de tudo um expressionista. Sua tela O Cavaleiro Azul, de 1903, deu nome a um famoso grupo de pintores expressionistas alemães e russos do qual fez parte junto de Paul Klee e Marianne von Werefkin.
Paul Klee (1879 – 1940)
Cubista e construtivista, mas também um grande expressionista, Paul Klee queria contestar a pintura tradicional. E conseguiu. Um artista que buscou expressar o poder da introspecção, suas obras desfilaram por diferentes temáticas e movimentos, mas se mantiveram carregadas de cores, símbolos e contrastes.
Principais obras do movimento expressionista
Entre as principais pinturas que compuseram esse vasto movimento, chamamos a atenção para as seguintes:
O Grito (1893), de Edvard Munch
Já citamos essa obra anteriormente, mas ela sempre merece um destaque a mais! Com uma primeira versão composta por Munch um pouco antes da virada do século XIX para o século XX, acabou ganhando três versões.
Com linhas expressivas e formas reduzidas, mostra três pessoas sobre uma ponte. O personagem central – que pode ser tanto um homem quanto uma mulher – tem as mãos no rosto e sua boca está escancarada, como se estivesse gritando.
O estado de espírito da figura parece representar um desespero finalmente canalizado no grito.
O Cavaleiro Azul (1903), de Wassily Kandinsky
Com cores intensas, traços distorcidos e inspiração direta das pinturas do folclore russo e de Monet, esta obra de Kandinsky inaugura sua entrada triunfal no Expressionismo.
Um cavaleiro está vestido com uma capa azul e cavalga por um campo todo verde. As paisagens coloridas e ao ar livre são constantes na obra de Kandinsky, bem como o uso de pinceladas rápidas e curtas, que adicionam movimento e subjetivismo às formas.
O Expressionismo no Brasil
No Brasil, o Expressionismo nas artes plásticas afetou com força a pintura modernista do país. Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho são alguns dos principais nomes que receberam as características expressionistas europeias e as incorporaram nos seus trabalhos.
Entre as pinturas brasileiras mais famosas que fincaram seus pés nesse movimento de vanguarda podemos destacar Retirantes (1944) de Portinari, A Ventania (1915 – 1917) de Anita Malfatti e Retrato de Oswald de Andrade (1922) de Tarsila do Amaral.
Se expressar sem limites, por uma arte mais livre
A arte moderna é cheia de mistérios, disrupções e fome por um criar mais livre. E o Expressionismo, movimento que nasceu no desabrochar do século XX, agrega essas características ao mesmo tempo em que se propõe a refletir sobre os dramas internos e inconscientes de toda uma geração.
Com cores fortes e pinceladas imprecisas, o Expressionismo até hoje afeta artistas emergentes e profissionais. Você também se encantou por esse movimento? Então visite o site da Artools e conheça nossos produtos pensados para quem quer se expressar sem limites!
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