Sabe o que Pablo Picasso, Tarsila do Amaral e Diego Rivera (sim, a grande paixão de Frida Kahlo) possuem em comum? Todos são artistas que fazem parte do movimento artístico do cubismo! Com suas formas geométricas e seus traços fragmentados que quebram os paradigmas tradicionais, o cubismo modernizou o universo das artes.
Que tal conhecer um pouco mais desse movimento artístico e ficar por dentro das suas principais características e dos seus nomes mais famosos? Acompanhe o nosso texto e se divirta!
A origem do cubismo
Para conseguirmos entender melhor a origem do cubismo, precisamos olhar para o contexto histórico no qual ele se inseriu. O início do século XX foi marcado pelas disputas entre os países imperialistas, pela Primeira Guerra Mundial, pelo avanço tecnológico e científico.
Foi um período de incertezas e questionamentos que resultaram em inovação e mudanças. E a arte, inserida nesse contexto, também se viu transformada! Foi assim que surgiu o cubismo, o primeiro movimento de vanguarda que tinha como seu maior desejo fazer arte de um jeito diferente do habitual.
Em 1907, Pablo Picasso pinta a tela Les Demoiselles d’Avigon, obra que – historicamente – marca o início do cubismo. Em 1908, o crítico de arte Louis Vauxcelles refere-se ao estilo como “uma realidade construída a partir de cubos”. É dali que nasce, então, o nome do movimento.
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Características do cubismo
Confira abaixo as principais características desse movimento artístico tão moderno e ousado:
- A geometria e suas formas (como linhas retas, cilindros e cubos) pretendem representar a realidade;
- A arte deixa de ser vista como pura imitação dos elementos da natureza, fazendo com que os atributos estéticos sejam menos valorizados;
- Oposição à arte academicista, clássica e tradicional. Conceitos como beleza, harmonia e proporção deixam de ter um papel central na elaboração da obra de arte;
- Os objetos passam a ser representados em todos os ângulos, formando uma figura em três dimensões;
- Abandono da noção de perspectiva e de claro-escuro;
- Enfatizam-se as temáticas de retratos e naturezas mortas urbanas.
Fases do cubismo
O cubismo pode ser dividido em três fases:
Cezannista (1907 a 1909)
O cubismo cezannista, também conhecido como primitivo ou pré-analítico, é caracterizado sobretudo pelo trabalho do pintor francês Paul Cézanne. Nessa fase, as obras valorizam planos largos e volumétricos constituídos de formas simples.
Analítica ou Hermética (1909 a 1912)
O cubismo analítico ou hermético tem planos mais condensados com figuras fragmentadas e decompostas. Para enfatizar essa desfragmentação das formas, as cores mais utilizadas puxavam para os marrons, os cinzas, os pretos e os ocres; a ideia, portanto, era acentuar o esfacelamento das formas.
Sintética (1911)
Com cores mais vivas e uma certa retomada da figura como uma forma reconhecível, o cubismo sintético trouxe a colagem como um método genuíno de fazer arte. Recortes de jornais e revistas, pedaços de madeira, de vidro e de metal faziam parte da composição das obras cubistas sintéticas.
A ideia, portanto, era trazer ao espectador uma nova abordagem na experiência de fruir da arte, apelando para além do sentido visual. Com a utilização desses novos materiais, o tato do observador e os limites das artes visuais eram colocados em jogo.
Principais artistas do cubismo
A lista de cubistas consagrados é extensa. Para te ajudar, trouxemos quatro figuras que não podem ser deixadas de lado quando falamos do movimento cubista. Acompanhe:
Pablo Picasso (1881 – 1973)
Quando pensamos em cubismo, não tem como não falar dele: Pablo Picasso! O artista espanhol além de pintor também era escultor, desenhista e ceramista. Pintou praticamente durante toda a sua vida, da infância à velhice.
Conhecido por passar pelas fases Azul e Rosa, faz tanto da tristeza quanto do amor motivos para suas pinturas. Com as artes primitivas e arte africana, descobre a liberdade de não se enquadrar em um único estilo estético e passa a repensar sua arte.
É aí que, em 1907, pinta o famoso quadro Les Demoiselles d’Avignon e inaugura o estilo cubista. As formas geométricas e a negação da harmonia da arte clássica irrompem em uma nova forma de fazer arte.
Diego Rivera (1886 – 1957)
Além de marido de Frida Kahlo, Diego Rivera foi um dos grandes expoentes do movimento cubista na América Latina. Com aptidão para as artes desde a infância, expandiu sua formação artística em renomados centros culturais europeus. Foi na Espanha que se aproximou do expressionismo e do cubismo.
Orgulhoso de suas raízes mexicanas, utilizou da cultura popular do seu país em seus desenhos e telas. É considerado um dos maiores representantes do muralismo mexicano.
Georges Braque (1882 – 1963)
Junto de Picasso, Braque é um dos principais nomes do cubismo. Inicialmente um adepto do movimento de cores puras do fauvismo, conheceu Picasso em uma exposição de Cézanne em 1907. A partir dali, firmaram uma amizade intelectual que resultou no cubismo!
Juan Gris (1887 – 1927)
Espanhol de Madrid, Gris começou seus estudos na Real Academia de Belas Artes de São Fernando e passou a ilustrar algumas revistas modernistas. Em 1906, mudou-se para Paris, onde conheceu Picasso e Braque, dos quais recebeu forte influência.
Fascinado pelo estilo cubista, passa a pintar telas geométricas tanto com características da fase analítica quanto da fase sintética.
Influência do cubismo na arte do Brasil
No Brasil, o cubismo ganhou espaço e força depois da Semana Moderna de 1922. Apesar de não termos nenhum artista do país que tenha se expressado exclusivamente por características desse movimento, a influência cubista se faz clara em grandes nomes do modernismo brasileiro.
Entre os exemplos mais famosos, podemos citar Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Candido Portinari e Rego Monteiro.
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