Você conhece a técnica artística do pontilhismo?

Sabe o que dá para fazer com vários pontinhos reunidos? Isso mesmo, arte! Se o universo artístico é um dos seus interesses, você precisa conhecer mais sobre o pontilhismo, uma técnica revolucionária que surgiu ainda no século 19 e vem ocupando a cabeça dos artistas até os dias de hoje.

Nesse texto, apresentamos o pontilhismo, suas principais características, sua origem e algumas dicas para que você mesmo possa praticar e aplicar essa técnica na sua arte. Fique conosco!

O que é o pontilhismo?

Divisionismo, pontilhismo, cromoluminarismo, pintura de pontos ou simplesmente pontilhismo. Todos esses nomes se referem à técnica artística que, como o nome sugere, forma a cena retratada através do uso de vários pontinhos aproximados.

Esses pontinhos (ou manchas) feitos a uma distância mínima uns dos outros é quem definem aspectos importantes da imagem, como profundidade, luz e sombras. A própria composição da cena se dá pela proximidade dos pontos e pode ser tanto colorida como em preto e branco.

Se fossemos resumir o pontilhismo poderíamos dizer que essa técnica funciona como um efeito ótico, já que brinca com o modo como o nosso cérebro forma as imagens. 

Pense nas telas que utilizamos em nosso dia a dia, como a televisão e celular. Os pixels são pequenos pontos de imagem que, juntos, formam a totalidade da cena que entra na nossa visão.

Na pintura pontilhista, o que conta não são as camadas mescladas de tinta, mas a justaposição das cores e do formato das pinceladas. Legal, não é mesmo?

Qual a origem do pontilhismo?

A origem do pontilhismo remete às pesquisas científicas e ao avanço da área da óptica durante o século 19, sobretudo no que diz respeito à teoria das cores complementares.

Um exemplo disso, é o tratado “Princípios de harmonia e contraste de cores” publicado em 1839 pelo químico francês Michel Eugène Chevreul. Nessa obra, o pesquisador tenta explicar a importância e o funcionamento do contraste simultâneo das cores. 

Os artistas franceses Georges-Pierre Seurat e Paul Signac são considerados os precursores do pontilhismo, criado em meados de 1880. Uma resposta ao subjetivismo do movimento Impressionista, a técnica dos pontos se baseia em uma abordagem artística mais racional e científica.

A origem do nome “pontilhismo” vem de uma revisão das obras de Seurat feita pelo crítico de arte Félix Fénéon, que descreve o trabalho do pintor francês através da expressão “peinture au point”, em português: pintura por pontos.

Quais as principais características do pontilhismo?

Entre as principais características do pontilhismo, podemos destacar as seguintes:

• Se baseia em preceitos científicos, sobretudo na teoria da decomposição das cores primárias em cores secundárias;
• valorização das cores puras;
• valorização daquilo que é objetivo e racional, se contrapondo à espontaneidade e ao subjetivismo;
• Criação das formas e da profundidade através da decomposição das cores.

Onde é possível encontrar o pontilhismo?

Pinturas

Quando falamos de pontilhismo, o primeiro tipo de arte que surge em nossa cabeça é a pintura. E isso faz sentido! Afinal, são as obras de pintores pós impressionistas, influenciados fortemente por essa técnica, que mais fizeram e fazem sucesso sendo amplamente reconhecidas. Van Gogh, Matisse, Picasso: quem não conhece algum quadro desses pintores?

Apesar disso, o pontilhismo vai além da pintura. Conheça outras duas artes que se utilizam de pontinhos para fazer a mágica acontecer!

Ilustrações

Como já comentamos, no pontilhismo a ideia é criar a ilusão de ótica através da justaposição. Na ilustração, funciona da mesma forma: para que a imagem pensada pelo ilustrador chegue ao observador, os únicos espaços em branco na folha de papel devem ser aqueles naturalmente formados entre os pontos.

É também preciso um cuidado extra: os pontos não podem se unir, pois se isso acontecer eles vão se transformar em traços. É por isso que para ilustrar utilizando o pontilhismo o artista precisa de muita prática!

Tatuagens

Isso mesmo, essa técnica também é muito famosa no mundo das tattoos! O pontilhismo se tornou popular na tatuagem durante a década de 90, quanto a ideia de retomar o modo primitivo de se tatuar (isto é, utilizando um objeto pontiagudo que fizesse vários pontinhos contínuos na pele) entrou em voga. 

Materiais básicos para criar arte com pontilhismo

Você já pensou em testar o pontilhismo na sua própria arte? Então veja quais são os materiais básicos que você precisa ter ao seu alcance para que isso seja possível!

Um lápis de qualidade, como a linha Lápis Graduado Graphite da Artools, faz toda a diferença para que o seu traço crie o efeito de luz e sombra desejado. 

Para os momentos de erro, aposte na borracha Blank da Artools para apagar sem danificar o papel. Se for utilizar guache ou pastel, escolha um papel de gramatura mais alta. Pronto, a diversão já pode começar!

Um outro material importante é a caneta de ponta fina, perfeita para dar mais precisão ao trabalho. A caneta Pigmentum, desenvolvida com tinta japonesa, possui um traço intenso e de alta pigmentação, resistente à ação da luz e da água. 

Dicas para experimentar o pontilhismo na sua arte 

Para ajudar você a começar na técnica do pontilhismo, separamos algumas dicas úteis que vão deixar sua experiência ainda mais interessante!

Treine luz e sombra

Para que seu trabalho tenha profundidade e sensação de volume, os efeitos de luz e sombra são fundamentais. Treiná-los, portanto, é imprescindível. Para isso, aprenda a desenvolver o seu sentido de perspectiva.

Uma boa dica é começar fazendo desenhos de formas geométricas na folha de papel. Contorne essas formas com um lápis e, em seguida, faça pontos uniformes no local onde você deseja adicionar mais sombras. A ideia é simples: os locais mais iluminados recebem menos pontos enquanto os locais com menos luz, recebem mais pontinhos. Teste e se surpreenda!

Comece pela parte mais escura do trabalho

É muito mais fácil começar seu trabalho pelo ponto mais escuro do desenho. Por que? É simples: se você errar nas partes mais escuras, basta acrescentar mais pontos para cobrir aquilo que não saiu como você queria!

Seja paciente

Querer fazer o trabalho rápido demais pode acabar saindo caro. O pontilhismo exige cuidado aos detalhes! Sempre levante a caneta completamente do papel antes de passar para o próximo ponto. Assim você evita traços indesejados. 

Comece pelas formas maiores

Os detalhes fazem toda a diferença nessa técnica. Mas para você chegar neles, aposte primeiro em definir bem as formas maiores!

Tome distância

O efeito ótico do pontilhismo se dá à distância. Evite olhar para o seu trabalho apenas bem de perto. Dê um passo atrás e observe o papel: os pontinhos, de longe, formam aquela imagem que você quer passar?

Ponto por ponto com a Artools

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Categorias: Estudos e técnicas