História em quadrinhos: princípios básicos

Quem nunca se perdeu no tempo lendo uma história em quadrinhos? Famosas entre adultos e crianças, elas são uma forma simples de incentivo à leitura e possuem temáticas que agradam diferentes públicos. No Brasil, são produzidas desde o século XIX em jornais e revistas de grande circulação.

Interessado em conhecer mais sobre as histórias em quadrinhos? Então acompanhe nosso texto para ficar por dentro da sua origem, sua história e suas principais características. 

A origem da história em quadrinhos

A história em quadrinhos (ou HQ, como é popularmente conhecida) é um tipo de arte escrita que se baseia fundamentalmente na narração de uma história através de desenhos e textos feitos intencionalmente em sequência, geralmente dentro de quadradinhos. 

Para contar a história a fim de encantar o leitor, são utilizadas tanto a linguagem verbal quanto a linguagem não verbal e o uso de recursos gráficos é bastante expressivo.

E a origem das histórias em quadrinho, você sabe? Contar histórias através de imagens é uma arte milenar e remonta às pinturas rupestres nas cavernas pré-históricas. 

Já durante o período medieval, especialmente no século XIV, essa tendência passou também a ornamentar as paredes das igrejas católicas ao retratar a Via Sacra de Jesus.

Mas a primeira história em quadrinhos só surgiu muito tempo depois! Em 1894, o americano Richard Outcault publicou a HQ intitulada The Yellow Kid (O Garoto Amarelo) na revista Truth. Como a tirinha fez sucesso, acabou sendo publicada oficialmente, meses mais tarde, no jornal New York World.

Sua narrativa acabou sendo bem recebida: a vida de um menino pobre, morador dos guetos de Nova Iorque, vestido sempre com uma  grande camiseta amarela. Mickey Dugan, nome do personagem principal, trazia à tona reflexões sobre a sociedade da época, permitindo que questões sobre racismo e consumismo fossem debatidas pelos leitores.

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A história em quadrinhos ao redor do mundo

Após a publicação da primeira história em quadrinhos, esse tipo de arte não parou de fazer sucesso e se espalhar pelo mundo. Quem nunca ouviu falar da simbólica e famosa menininha Mafalda, do cartunista argentino Quino? Ou do garoto Calvin com o seu tigre bicho de pelúcia Haroldo, personagens americanos icônicos?

No Brasil a onda das tirinhas não tardou a chegar. Em janeiro de 1869, o cartunista Angelo Agostini publicou a primeira história em quadrinhos brasileira na revista A Vida Fluminense, chamada “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma viagem à Corte”.

Em 1905 foi publicada a primeira revista em quadrinhos, intitulada O Tico-Tico. Quase 6 décadas mais tarde, em 1960, um gibi totalmente colorido foi lançado: A Turma do Pererê, assinado pelo nosso Ziraldo, que apresentava personagens inspirados na cultura popular brasileira.

Em 1959, um famoso personagem é criado: Bidu, de Maurício de Souza, ganha vida em uma tira de jornal publicada pela Folha de São Paulo. É só alguns anos mais tarde, em 1963, que a dona do cachorrinho passa a existir – chegou a Mônica com toda a sua turma!

Curiosidades e impactos das histórias em quadrinhos na cultura popular

Os quadrinhos têm uma história rica e fascinante, repleta de curiosidades que contribuíram para moldar a cultura pop mundial, se tornando uma forma de arte sofisticada e um fenômeno global.

O primeiro super-herói reconhecível, Superman, surgiu em 1938 nas páginas da Action Comics #1, marcando o início da era dos super-heróis que dominaria o meio. 

Outros personagens como Batman, Homem-Aranha e Mulher-Maravilha não apenas se tornaram símbolos da justiça, mas também refletem as mudanças sociais e culturais.

Além dos super-heróis, há também histórias em quadrinhos que exploram temas profundos como política, moralidade e filosofia, como a série Watchmen. 

As HQs japonesas, conhecidas como mangás, são outro fenômeno global, com uma enorme base de fãs e estilos distintos, voltados para diferentes públicos. Já falamos sobre os mangás no blog, você pode conferir tudo sobre o tema aqui!

A influência das HQs na cultura pop vai além dos quadrinhos, influenciando filmes, música e moda.

Quadrinho x graphic novel: principais diferenças

Talvez você já tenha ouvido o termo “graphic novels” e possa estar se perguntando qual a relação com as histórias em quadrinho. E a resposta é: tem muita relação! Uma graphic novel (em português, romance gráfico) é uma HQ feita especialmente para o público adulto.

Nesse tipo de história em quadrinhos os conteúdos são mais densos e as histórias mais longas. E a publicação, por sua vez, costuma ser mais caprichada! Nada de papel que pode se desgastar rapidamente e impressões de baixa qualidade.

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Principais gêneros e estilos de HQ

Há diferentes tipos de quadrinhos, que se organizam levando em conta a variação de estilo e de estrutura. Listamos, abaixo, três dos principais subgêneros.

Cartum

O cartum é uma história em quadrinhos que pretende fazer uma crítica através do humor. Composta geralmente por um quadrinho único, muitas vezes não apresenta diálogos. 

Tirinha

A tirinha é uma história em quadrinhos curta e tem o objetivo de incentivar o leitor a imaginar a sequência dos fatos narrados, deixando algo de subentendido. Pode ser de qualquer gênero: ação, drama ou humor. Costuma ser publicada em jornais de circulação semanal ou diária.

Charge

A charge procura fazer um crítica e, na maior parte das vezes, essa finalidade é alcançada através do humor. Para ser bem compreendida, entretanto, ela exige contextualização, isto é, ela trata de questões específicas de um período ou cultura.

Características de uma história em quadrinho

Toda história em quadrinhos apresenta algumas características básicas que a tornam uma representante desse gênero de arte. Confira abaixo as mais relevantes:

Quadros

Também chamados de requadros ou, mais popularmente, de quadrinhos, este conjunto de linhas que delimitam o espaço onde acontece cada cena é a característica mais importante (e marcante!) das histórias em quadrinhos.

Geralmente se apresentam em um formato quadrado, mas isso não é uma regra! Para objetivos narrativos diferentes, o formato dos quadros também pode mudar: círculos, pontilhados ou mesmo inexistentes. 

Calhas

Sabe aquele vão entre um quadro e outro? Essa é a calha. Ela pode ter um objetivo bem definido: ajudar a delimitar o tempo da narrativa. Se for mais curta, significa que os acontecimentos entre um quadro e outro se dão de forma mais rápida; quando mais largas, há um tempo maior entre os fatos narrados nos quadrinhos. Interessante, né?

Balões

É nos balões que a voz dos personagens ou do narrador é expressada! Essa é parte textual das HQs e, dependendo do objetivo, os balões também podem ter formatos diversos: nuvenzinhas indicam pensamento, balões pontiagudos representam voz alta ou gritada, etc.

Desenhos

O desenho representa a parte visual das HQs e não precisa ter um apelo estético forte. A ideia é sempre indicar a narrativa, a fim de aguçar a imaginação do leitor. 

Onomatopeias

A onomatopeia é quem dá o tom de um som ambiente importante para o quadrinho. Desenhada fora dos balões, ela costuma ficar próxima do objeto ou personagem que emitiu o som.

Como criar suas próprias histórias em quadrinhos

Agora que você já sabe as características básicas de uma história em quadrinho, fica mais fácil criar a sua própria versão de uma HQ. 

Mas não se cobre demais: comece com aquilo que é mais simples para você. Simplifique os layouts, elabore designs simples com formas básicas e não crie personagens demais. 

Além disso, não tem problema usar referências para criar a sua história. Pesquise em diferentes sites (como Pinterest e Instagram) e deixe a sua imaginação trabalhar. Apenas fique atento para não cometer nenhum tipo de cópia, pois plágio é ilegal e antiético.

Já tem uma referência estética que vai direcionar toda a obra? É hora de criar o roteiro levando em conta o seu estilo e o tipo de história que você quer contar. Não enrole demais: ir direto ao ponto é melhor que uma trama confusa e não finalizada. Apresente os personagens, desenvolva a história e arremeta com a resolução.

E para colocar a mão na massa, facilita ter os materiais de arte certos. Não é preciso investir muito no começo, mas pense em ter alguns lápis com diferentes graduações e intensidades. Desenhar em um papel de gramatura maior também oferece mais conforto na hora de praticar o traço.

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Não é à toa que as histórias em quadrinhos têm tantos fãs por aí: elas possuem histórias envolventes, ilustrações atrativas, personagens carismáticos e artifícios visuais que estimulam os nossos sentidos – como as onomatopeias e os balões de fala.

Perfeitas para introduzir as crianças na leitura e para entreter o tempo dos adultos, as HQs seguem com o seu valor incondicional no mercado editorial. 

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