História da Arte

A importância da semana de arte moderna para o Brasil

folheto da semana de arte moderna de 22

Em 2022, os 100 anos de um importante acontecimento foram comemorados com honrarias e muita reflexão no cenário artístico brasileiro: a Semana de Arte Moderna de 22. Você já ouviu falar desse evento que marcou intelectuais, artistas e o início do movimento modernista no Brasil? 

Para ficar por dentro da Semana de Arte Moderna, saber a sua origem, conhecer as suas características e a sua função dentro do universo brasileiro, acompanhe nosso texto! 

O que foi a semana de arte moderna no Brasil?

É possível que esse assunto já tenha passado pelos seus ouvidos nas aulas de história, artes ou português. Mas o que de fato você lembra desse assunto?

Realizada entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna foi um evento artístico-cultural que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo e reuniu vários artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para muitos historiadores da arte, é considerado um divisor de águas na expressão artística brasileira.

O motivo para todo esse status é simples: esse acontecimento provocou fortes transformações na arte do Brasil, sobretudo por causa de suas pautas modernas e contestadoras que viriam a romper com as influências da cultura européia ao propor certo abrasileiramento das artes.

Durante os cinco dias de evento, a Semana de Arte foi tumultuada: vaias e muita agitação espalhadas por três festivais com apresentações de dança, música, poesia, exposições e conferências. Um agito pensado para remodelar a arte brasileira e encontrar a sua própria identidade nacional.

folheto da semana de arte moderna de 22

Como ocorreu a semana de arte moderna no Brasil?

Aberto ao público, o evento permitia que qualquer pessoa interessada visitasse o saguão do teatro e conferisse as exposições e apresentações que ali aconteciam. Entre os organizadores da Semana, estavam nomes famosos, como Oswald e Mário de Andrade.

Inspirados pelas vanguardas europeias, os artistas da Semana queriam apresentar um novo conceito para a arte brasileira. Esse conceito levava em consideração a própria cultura nacional e regional, trazendo à tona novas maneiras de fruir das artes e da estética.

Junto da valorização da identidade brasileira, as temáticas cotidianas e as experimentações estéticas formam a chave para entender a proposta da Semana de Arte Moderna. Pretendendo romper com o tradicionalismo, os artistas envolvidos importam referências das vanguardas artísticas europeias.

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Qual a importância da semana de arte moderna para a arte brasileira?

A Semana de Arte Moderna de 22 foi um marco histórico para o cenário artístico do país e para as gerações futuras. Foi ali que iniciou-se a construção do movimento Modernista brasileiro encabeçado pelo Grupo dos Cinco, composto por Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia, Mário e Oswald de Andrade. 

Com clara inspiração dos movimentos de vanguarda da Europa (como o cubismo, o futurismo, o surrealismo, o expressionismo e o dadaísmo), o modernismo brasileiro se rende – enfim – à experimentação e deixa de lado o formalismo academicista. Foi assim que surgiram grandes obras, como a pintura Abaporu (de Tarsila do Amaral) e as composições do grande maestro Heitor Villa-Lobos.

Na época, diferente do que se possa imaginar em um primeiro momento, tanto a Semana quanto o movimento não foram bem recebidos pelos conterrâneos. A própria imprensa teceu longas críticas aos desejos extravagantes dos modernistas. Na mídia, os vanguardistas eram chamados de “espíritos cretinos e débeis” e “subversores da arte”. 

Quais os principais expoentes da semana de arte moderna?

Os principais nomes que fizeram parte da semana de arte moderna e, posteriormente, do movimento modernista brasileiro são bastante conhecidos. Certamente você já se deparou com a obra de alguns deles seja em museus, seja em livros ou documentários. 

Entre os pintores, podemos destacar Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro e Oswaldo Goeldi. Já entre os escritores, temos Plínio Salgado, Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e Ribeiro Couto.

Os arquitetos Georg Przyrembel e Antonio Garcia Moya também fizeram parte do time junto com os escultores Hildegardo Leão Velloso, Victor Brecheret e Wilhelm Haarberg. Na música, destacam-se Heitor Villa-Lobos, Ernani Braga, Frutuoso Viana e Guiomar Novais.

participantes da semana de arte moderna de 1922

Quais os desdobramentos da semana de arte moderna? 

Apesar de não ter sido reconhecida pelo grande público e por ter recebido contestações da crítica especializada, os desdobramentos da semana de arte moderna de 22 são inegáveis.

Logo após a sua realização, manifestos, revistas e movimentos pipocaram no país. Alguns grupos de artistas, com o objetivo de disseminar as ideias do modernismo, deram vida a essas mobilizações. 

Entre elas, destacam-se a Revista Klaxon (1922), a Revista Estética (1924), o Movimento Pau Brasil (1924), o Manifesto Regionalista (1926), a Revista de Antropofagia (1928) e o Movimento Antropofágico (1928).

Outras tendências culturais também beberam da fonte da Semana de Arte Moderna, como o movimento musical do Tropicalismo e a Bossa Nova, a cena de teatro da Lira Paulistana e o cinema de Glauber Rocha.

A poesia, até então majoritariamente escrita, passou também a ser declamada. Na literatura, surgem grandes obras, como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Ritmo Dissoluto, de Manuel Bandeira. 

Por mais que a Semana da Arte Moderna de 22 tenha seus críticos ferrenhos até hoje, é inegável a sua relevância para a arte realizada desde então. A linguagem artística erudita e academicista sofreu ataques implacáveis. No seu lugar, surgiram a crítica social, o nacionalismo e a livre criação.

Em 2022 várias comemorações do centenário da Semana foram realizadas, como seminários, mostras e publicações. A ideia por trás de muitas dessas celebrações foi repensar o contexto ao redor do qual se formou o modernismo e suas consequências.

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