História da Arte

Movimentos artísticos: veja tudo sobre o fauvismo!

pintura fauvista

Formas simples, cores puras e vibrantes, pinceladas largas, retratos do cotidiano e uma origem bem francesa. Essas são algumas das características marcantes do fauvismo, movimento artístico que se intensificou no início do século XX e conta com pintores famosos como Henri Matisse e Paul Cézanne. 

Se interessou por essa corrente artística que teve um impacto cultural relevante na arte moderna e contemporânea e continua até hoje produzindo admiradores e entusiastas? Quer saber um pouco mais da sua história, dos seus principais traços e dar uma espiada nas obras que mais se destacam? 

Então fique com a gente e descubra tudo sobre o fauvismo!

Por que explorar os movimentos artísticos para entender a arte?

Conhecer e se aprofundar em um movimento artístico vai muito além de uma simples apreciação estética de um estilo específico

Quando nos comprometemos em examinar uma corrente artística – seja ela qual for – precisamos adotar uma postura investigativa, que nos leva a mergulhar no contexto histórico do período, nas mudanças culturais decorrentes e nas inovações técnicas que moldaram a arte ao longo do tempo.

Com isso, somos capazes de enriquecer a nossa perspectiva sobre o papel da arte na sociedade e ganhar ainda mais inspiração para desenvolver novas formas de expressão baseadas em um legado rico e diverso. 

É por isso que conhecer o fauvismo – e qualquer outro movimento artístico – tem um poder incrível de adicionar ainda mais valor ao trabalho dos artistas que estão na ativa – criando novas obras, mas sempre com um olho naquilo que já foi feito anteriormente.

Fauvismo: contexto histórico

Ao pensarmos no fauvismo, é importante termos em mente que este não foi um movimento homogêneo ou que surgiu de modo organizado. 

No início do século XX havia um grupo de pintores que se utilizavam de cores fortes, vibrantes e violentas e, por isso, foram comparados pelo crítico Louis Vauxcelles a feras – fauves, em francês.

Apesar do comentário ter sido feito de modo depreciativo, o termo acabou se fixando e a alcunha fauvismo passou a ser disseminada e reconhecida. 

Com a influência da Revolução Industrial e sua busca por rapidez, os artistas do fauvismo buscavam retratar as sensações e a sociedade transformada pela ideia de liberdade.

Podemos dizer que a fase mais forte do fauvismo aconteceu entre os curtos anos de 1905 e 1907, e influenciou diretamente aquilo que se compreendia como o padrão estético da época. 

Foi no Salão de Outono de Paris, em 1905, que os pintores do movimento apareceram publicamente pela primeira vez. Um ano depois, eles organizaram uma exposição no Salão dos Independentes, onde fixaram de vez o estilo fauvista.

Os artistas dessa tendência davam pouca ênfase à composição nas suas obras. O que contava, no mais das vezes, eram as propriedades expressivas de interpretação particular que cada pintura poderia causar. 

Temas de cunho político e social, por sua vez, também não eram os favoritos. Em seu lugar, uma temática alegre, leve e sem (ou com nenhum) senso crítico.

As principais influências artísticas dos fauvistas foram os pós-impressionistas Gauguin e Van Gogh, ambos pintores que tinham como características marcantes a natureza unida a um instinto passional em naturalismo ainda mais cru e desnudado de qualquer representação racional. 

O objetivo era, portanto, dar vazão aos impulsos interiores através da arte. E isso os fauvistas fizeram muito bem.

Principais características do fauvismo

As cores e o estilo das pinceladas são as principais características do fauvismo, que fazem com que esse movimento seja tão único. 

Acompanhe abaixo os traços mais marcantes que destacam essa corrente artística.

Como eram as cores nessa fase?

As cores são fortes, intensas, vibrantes e impactantes. A paleta era estridente, com ênfase no amarelo, no azul, no vermelho e no verde. Muitas vezes a aplicação da tinta vinha direto das bisnagas, dando um efeito ainda mais interessante para as pinturas.

Na aplicação das cores, não havia adição de preto e branco – o que tornava a paleta muito mais crua e direta. É por isso que dizemos que na arte fauvista as cores são puras.

A liberdade estética também remete ao uso das cores não corresponder, necessariamente, à realidade. Por exemplo: rostos humanos pintados de maneira surpreendentemente colorida, sem o uso de tons beges e pretos.

Um bom exemplo do uso de cores pelos fauvistas é a obra “A Dança” (1909), de Henri Matisse. Aqui, o cenário e as personagens são esboçados nos tons verde, azul e laranja. Uma explosão de cores onde a mistura e a transição não tem vez.

Quais as temáticas?

Diferente de outros movimentos artísticos, no fauvismo as obras eram resultado de experimentação e impulsividade. Estudos prolongados e muita racionalização da obra, portanto, não faziam parte do processo dos artistas desta corrente.

Os temas eram leves e mundanos, retratos suaves da vida cotidiana. O lúdico, a arte primitiva e uma certa busca pela origem do homem estão presentes em muitas das obras fauvistas, como podemos ver nas pinturas Alegria de Viver (1906), de Matisse, e A Siesta (1892-1894), de Paul Gauguin.

Quais as técnicas utilizadas?

No fauvismo, o uso de cores fortes e puras tinha um objetivo relacionado diretamente com as formas que os pintores buscavam conquistar na pintura das telas. 

Para criar quadros com menos profundidade e quebrar a concepção de perspectiva tradicional, as formas utilizadas pelos pintores fauvistas eram mais planas e chapadas e feitas em superfícies com menor noção de volume. 

As pinceladas, por sua vez, eram largas e espontâneas e seus traços seguiam uma sequência mais organizada. 

Com isso, conseguia-se uma noção interessante de profundidade, que adicionava ainda mais emoção à temática das pinturas.

Conheça os principais artistas do fauvismo

Apesar do fauvismo não ser uma corrente artística organizada e homogênea, seus artistas se agrupam em um conjunto por se localizarem no mesmo período histórico e compartilharem certas características. 

Conheça abaixo alguns deles!

Henri Matisse (1869 – 1954)

Nascido na França, Henri Matisse foi escultor, desenhista e gravurista. Mas foi como pintor que ele se destacou e, para muitos, é considerado o pai fundador do movimento fauvista. 

Nas suas telas podemos notar as características centrais do estilo: cores puras e vibrantes, simplificação das formas (sobretudo as geométricas), uma pintura em camadas espessas – para criar profundidade e textura –, padrões decorativos e motivos com figuras alegres.Entre suas principais obras podemos destacar Mulher com Chapéu (1905), A Alegria de Viver (1906) e Harmonia em Vermelho (1908).

pintura fauvista
Mulher com Chapéu, por Henri Matisse

Paul Cézanne (1839 – 1906)

Influenciado pelo cubismo e pelo impressionismo, Cézanne brinca com maestria com as formas geométricas e transforma suas telas em uma sutil busca pela luz.

Entre suas obras, estão principalmente pinturas mortas, retratos, paisagens naturais e cenas cotidianas. 

Se no início de sua carreira artística, Cézanne demonstrou um maior interesse pela escola romântica (tanto em seus temas quanto em seu estilo), com o passar do tempo as alterações de perspectiva e as formas distorcidas passaram a figurar em seu trabalho, enfatizando características definidoras do fauvismo em composições cheias de volume e pinceladas paralelas.

Nas cores, também foi um precursor. Em constante busca pela luz natural perfeita, as cores saturadas mostravam preferência. Evolutivamente, podemos dizer que o artista saiu das cores mais escuras das temáticas românticas e passou a incorporar cores mais claras conforme passou a pintar ao ar livre.

Das suas telas, podemos destacar O Menino de Colete Vermelho (1890), A Cesta de Maçãs (1893) e As Banhistas (1898).

André Derain (1880 – 1954)

Influenciado pelos primitivistas africanos e pelo cubismo, Derain foi um dos principais nomes do fauvismo. 

Autodidata desde os 15 anos, encontrou sua maior inspiração em Van Gogh. Ao unir o uso de cores vivas não naturais a linhas grossas e acentuadas, o pintor inova e aceita sua fama de “feroz”. Também faz o uso da técnica do pontilhismo em muitas das suas pinturas.

Apesar de ser um dos fundadores do movimento, o pintor utilizava uma paleta mais quente e harmônica – fato que talvez tenha colaborado para o seu rápido desgaste com o fauvismo e sua migração estilística para o cubismo.

A Ponte de Charing Cross (1901), A Secagem das Velas (1905) e Barcos em Collioure (1905) são algumas das suas famosas pinturas.

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Barcos em Collioure, por André Derain

Albert Marquet (1875 – 1947)

Mais um dos precursores do movimento, Marquet se destacava por não usar cores vibrantes em suas obras. 

Apesar disso, compensava ao exagerar no branco e no cinza e utilizar a ferramenta da perspectiva com maestria em planos simplificados. Suas paisagens (camponesas e urbanas) são as obras que mais se destacam.

Na primeira fase da carreira, a fase da juventude, suas obras eram notadamente fauvistas; apesar disso, as paisagens de cidades francesas eram retratadas com acentuada noção de perspectiva e realismo – afastando-se do estilo de outros nomes do Fauvismo, como Matisse, que dava preferência pela distorção das formas.

Na segunda fase da vida, o pintor adotou um estilo muito mais impressionista, sempre com predileção por pintar paisagens – sobretudo aquelas que tinham a água (do mar, do rio e dos portos) como ponto de partida. 

Para conhecer um pouco mais do seu trabalho, você pode conferir as obras O porto de Saint-tropez (1905),  Notre Dame na neve (1910) e Janela em La Goulette (1926).

O legado do fauvismo: entenda sua relevância contemporânea

Como acontece com aquelas correntes artísticas marcantes, o fauvismo também teve sua dose de importância para a arte moderna e até hoje vem inspirando artistas e movimentos.

Suas cores fortes e intensas e suas pinceladas espontâneas e mais soltas mostraram aos artistas que a liberdade para criar deve sempre ser um objetivo a ser seguido. 

Da mesma forma, a sua despreocupação em representar os objetos e a natureza de maneira realista são uma inspiração para os artistas que operam fora dos moldes mais acadêmicos e desejam uma liberdade de experimentação. 

A arte naif é um bom exemplo de estilo que não se conforma aos moldes tradicionais de arte – e, nem mesmo, à arte popular conforme compreendida conceitualmente.

Com elementos simplificados, cores vibrantes e ausência de regras mais formais, ela tem em seu cerne a originalidade do fauvismo.

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