História da Arte

Movimentos artísticos: tudo sobre o fauvismo

pintura fauvista

Formas simples, cores puras e vibrantes, pinceladas largas, retratos do cotidiano. Essas são algumas das características marcantes do fauvismo, movimento artístico que se intensificou no início do século XX e conta com pintores famosos como Henri Matisse e Paul Cézanne.

Se interessou por essa corrente artística? Quer saber um pouco mais da sua história, dos seus principais traços e dar uma espiada nas obras que mais se destacam? Então fique com a gente e descubra tudo sobre o fauvismo!

Contexto histórico do fauvismo

Ao pensarmos no fauvismo, é importante termos em mente que este não foi um movimento homogêneo ou que surgiu de modo organizado. No início do século XX havia um grupo de pintores que se utilizavam de cores fortes, vibrantes e violentas e, por isso, foram comparados pelo crítico Louis Vauxcelles a feras – fauves, em francês.

Apesar do comentário ter sido feito de modo depreciativo, o termo acabou se fixando e a alcunha fauvismo passou a ser disseminada e reconhecida. Com a influência da Revolução Industrial e sua busca por rapidez, os artistas do fauvismo buscavam retratar as sensações e a sociedade transformada pela ideia de liberdade.

Os artistas dessa tendência davam pouca ênfase à composição nas suas obras. O que contava, no mais das vezes, eram as propriedades expressivas de interpretação particular que cada pintura poderia causar. Temas de cunho político e social, por sua vez, também não eram os favoritos. Em seu lugar, uma temática alegre, leve e sem (ou com nenhum) senso crítico.

As principais influências artísticas dos fauvistas eram Gauguin e Van Gogh, ambos pintores que tinham como características marcantes a natureza unida a um instinto passional. O objetivo era, portanto, dar vazão aos impulsos interiores através da arte. E isso os fauvistas fizeram muito bem.

Principais características do fauvismo

As principais características do fauvismo dizem respeito às cores e às pinceladas. Olha só!

Cores

As cores são fortes, intensas, vibrantes e impactantes. A paleta era estridente, com ênfase no amarelo, no azul, no vermelho e no verde. Muitas vezes a aplicação da tinta vinha direto das bisnagas.

Na aplicação das cores, não havia adição de preto e branco. É por isso que dizemos que na arte fauvista as cores são puras.

A liberdade estética também remete ao uso das cores não corresponder, necessariamente, à realidade. Por exemplo: rostos humanos pintados de maneira surpreendentemente colorida, sem o uso de tons beges, pretos e amarelos.

Temáticas

Diferente de outros movimentos artísticos, no fauvismo as obras eram resultado de experimentação e impulsividade. Estudos prolongados e muita racionalização da obra, portanto, não faziam parte do processo dos artistas desta corrente.

Os temas eram leves e mundanos, retratos suaves da vida cotidiana. O lúdico, a arte primitiva e uma certa busca pela origem do homem estão presentes em muitas das obras fauvistas, como podemos ver em duas das pinturas de Matisse, A Dança (1905) e Alegria de Viver (1906).

Técnicas

As formas eram sobretudo planas e chapadas em superfícies com menor noção de volume. O objetivo era criar um quadro com menos profundidade, de modo a quebrar a concepção de perspectiva.

Para conseguir criar profundidade nas telas, os artistas davam preferência às pinceladas largas e espontâneas, com traços organizados.

Principais artistas do fauvismo

Apesar do fauvismo não ser uma corrente artística organizada e homogênea, seus artistas se agrupam em um conjunto por se localizarem no mesmo período histórico e compartilharem certas características. Conheça abaixo alguns deles!

Henri Matisse (1869 – 1954)

Henri Matisse nasceu na França e, além de pintor, foi também escultor, desenhista e gravurista. Para muitos, é considerado o pai fundador do movimento fauvista. Em suas telas podemos notar as características centrais do estilo: cores puras e pintura fluida com figuras alegres.

Entre suas principais obras podemos destacar Mulher com Chapéu (1905), A Alegria de Viver (1906) e Harmonia em Vermelho (1908). 

pintura fauvista
Mulher com Chapéu, por Henri Matisse

Paul Cézanne (1839 – 1906)

Influenciado pelo cubismo e pelo impressionismo, Cézanne brinca com maestria com as formas geométricas e transforma suas telas em uma sutil busca pela luz. Entre suas obras, estão principalmente pinturas mortas, retratos, paisagens naturais e cenas cotidianas. 

Das suas telas, podemos destacar O Menino de Colete Vermelho (1890), A Cesta de Maçãs (1893) e As Banhistas (1898).

André Derain (1880 – 1954)

Influenciado pelos primitivistas africanos e pelo cubismo, Derain foi um dos principais nomes do fauvismo. Ao unir o uso de cores vivas não naturais a linhas grossas e acentuadas, o pintor inova e aceita sua fama de “feroz”. Também faz o uso da técnica do pontilhismo em muitas das suas pinturas.

A Ponte de Charing Cross (1901), A Secagem das Velas (1905) e Barcos em Collioure (1905) são algumas das suas famosas pinturas.

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Barcos em Collioure, por André Derain

Albert Marquet (1875 – 1947)

Mais um dos precursores do movimento, Marquet se destacava por não usar cores vibrantes em suas obras. Apesar disso, compensava ao exagerar no branco e no cinza e utilizar a ferramenta da perspectiva com maestria em planos simplificados. Suas paisagens (camponesas e urbanas) são as obras que mais se destacam.

Para conhecer um pouco mais do seu trabalho, você pode conferir as obras O porto de Saint-tropez (1905),  Notre Dame na neve (1910) e Janela em La Goulette (1926).

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