Andy Warhol: quem foi o principal expoente da Pop Art?

Ilustrador, cineasta, pintor e revolucionário: Andy Warhol quebrou paradigmas e transformou o mundo da arte no século XX. Conhecido como o “papa” do pop, suas obras misturavam o universo da cultura popular aos questionamentos dignos de uma arte reflexiva e instigante.

Acompanhe nosso texto e conheça mais de perto o artista, que foi um dos principais expoentes do movimento da Pop Art.

Quem foi Andy Warhol?

Andy Warhol (1928 – 1987) nasceu no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Sua família, formada por operários, havia emigrado da Checoslováquia para Pittsburgh durante a Primeira Guerra Mundial.

Aos dezessete anos, Andy passou a frequentar a Universidade Carnegie Mellon, onde se formou em design. É ali que seu interesse pela arte passa a tomar forma. Desejoso de conseguir mais oportunidades, mudou-se para New York e conseguiu seu primeiro emprego como ilustrador, trabalhando para a revista Glamour.

Não tarda para sua carreira de sucesso começar. Como ilustrador, colabora com revistas como The New Yorker e Vogue e passa, também, a realizar trabalhos publicitários. Sua primeira exposição acontece em 1952, com uma série de desenhos baseada na obra de Truman Capote.

Equilibrando-se entre as artes plásticas e o mundo da publicidade, em 1964 Andy Warhol inaugura o estúdio The Factory – em português, A Fábrica. É ali que ele produz algumas das suas mais icônicas obras, sempre perseguindo a ideia de que produção artística, na era industrial, é um tipo de produção em massa.

Amigo e conhecido de diversas celebridades, ingressou no universo dos filmes underground, películas conceituais com pouca ação e longos planos. Na música, foi produtor da banda The Velvet Underground. Em 1969, fundou a revista Interview, focada na vida de celebridades americanas.

Andy Warhol morreu em 22 de fevereiro de 1987, um dia após ser operado da vesícula biliar. Apesar da cirurgia ter corrido bem, Andy teve uma arritmia cardíaca e não resistiu. Ele tinha apenas 58 anos.

Como a arte de Andy Warhol mudou a cultura pop?

O modo como Andy Warhol compreendia e fazia arte mudou o universo da cultura pop do século XX. 

Com uma mistura de elementos publicitários e questionamentos sobre as relações de consumo na sociedade capitalista, a arte de Warhol propunha uma reflexão sobre as noções de produção e consumo em massa. É aqui, por exemplo, que surgem seus quadros com figuras de pessoas mundialmente conhecidas, como Pelé, Elvis Presley e Marilyn Monroe. 

Sua famosa série com latas de sopa Campbell tinha como objetivo justamente questionar um mundo dominado pela facilidade da reprodução em cadeia e pela repetição, quase inconsciente, dos nossos desejos e bens de consumo. 

Um objeto tão impregnado no cotidiano dos americanos – as sopas enlatadas – transforma-se num objeto da cultura pop e desperta o interesse por debates importantes e teóricos, como o consumo desenfreado e o conformismo capitalista.

Surgimento da Pop Art

Você sabe como surgiu o movimento da Pop Art e o que, de fato, ele representa? Apesar da tradução literal do termo pop art ser “arte popular”, esse movimento não tem relação com a arte feita pelas camadas populares ou com simbolismos regionalistas e folclóricos. 

O pop, aqui, se refere antes de tudo à cultura de massa, aquela feita para ser absorvida pelas multidões e, se possível, produzida e reproduzida pelos grandes meios de comunicação. Seu objetivo, portanto, é ser uma arte marcada pela sociedade industrializada e mecanicista, na qual estava inserida.

Não é à toa que o seu surgimento se deu no período do pós-guerra, a partir da década de 1950. Com as sociedades se reerguendo através da industrialização e do desenvolvimento dos grandes centros urbanos, a arte pensada e feita no período acabou acompanhando esse fluxo. 

Quais as principais obras de Andy Warhol?

Certamente você já viu, nem que de relance em apostilas ou livros didáticos, alguma das principais obras produzidas por Andy Warhol. Abaixo, listamos algumas para refrescar a sua memória!

Latas de sopa Campbell (1962)

Famosa série que reproduz 32 latas da marca de sopa instantânea muito conhecida entre os americanos, uma para cada sabor produzido pela marca. Elas foram exibidas todas juntas, no MoMa, como se estivessem expostas na prateleira de um supermercado.

Gold Marilyn Monroe (1962)

Produzida no mesmo ano das latas de sopa, a obra Gold Marilyn Monroe é uma pintura da famosa estrela americana Marilyn Monroe. Produzida em serigrafia, contém o rosto da atriz no centro de uma imensa tela pintada de ouro. 

Banana (1965)

Talvez a mais emblemática e conhecida obra de Andy, Banana é uma marca da Pop Art! Produzida para ser a capa do álbum The Velvet Underground & Nico, uma banana madura era, na verdade, um adesivo que podia ser “descascado” na capa do vinil. 

A imagem fez tanto sucesso que acabou sendo utilizada por Andy em trabalhos posteriores.

Mao (1972)

Mao Zedong (também conhecido como Mao Tsé-Tung) foi um político e revolucionário que fundou a República Popular da China. Foram 199 serigrafias retratando o rosto de Mao, em cores brilhantes, vibrantes e contrastantes.

Warhol e Basquiat: arte e parceria

Na década de 80, circulando pela cidade de Nova Iorque, Warhol conhece uma figura interessante, irreverente e muito talentosa: Jean-Michel Basquiat. Inicialmente um grafiteiro dos metrôs e ruas da cidade, Basquiat tornou-se um dos maiores fenômenos da arte naquele período.

Os dois mantiveram uma relação de amizade que durou mais de cinco anos e resultou em grandes parcerias. Enquanto Warhol ajudou na popularidade de Basquiat e o apresentou ao universo da arte publicitária, Basquiat incentivou o amigo a experimentar novos modos de criar, incorporando a atmosfera das ruas à sua arte.

Qual a influência e o legado de Andy Warhol para a arte contemporânea?

A energia e o modo único de ver a arte, o seu papel e as suas ramificações fez de Andy Warhol uma das figuras mais importantes do século XX. De talentos múltiplos e vida social agitada, encabeçou filmes, fundou revistas e participou da criação artística de amigos e conhecidos.

Toda essa trajetória vem influenciando gerações que enxergam no trabalho da Pop Art um respiro para além das obras engessadas e técnicas dos academicistas e encontram em Warhol um olhar mais atento ao mundo – consumista e industrial – que os rodeia. 

Se a arte contemporânea consegue refletir de maneira tão criativa, debochada e espirituosa sobre as mazelas do seu tempo, é sempre bom nos lembrarmos que isso também é um dos legados de Warhol.

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A Pop Art de Andy Warhol reflete sobre o meio cultural moderno e suas consequências diretas, como a produção massificada, a fama emergente de figuras idolatradas pelos meios de comunicação e a efemeridade daquilo que consumimos e daquilo que gostamos. Quer alguém mais visionário que Warhol?

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Categorias: História da Arte