Da Espanha para o mundo, Joan Miró é reconhecido pela sua arte surrealista, cheia de cor, criatividade, simbologias e orgulho catalão. Com um estilo próprio, era multifacetado: da pintura à escultura, da gravura à cerâmica, Miró fez história no início do século XX como um dos grandes representantes vanguardistas.
E você, conhece o trabalho de Joan Miró e sua influência na arte moderna? Neste texto, vamos apresentar um pouco da vida do artista e comentar algumas das suas principais obras. Acompanhe!
Quem foi Joan Miró?
Joan Miró i Ferrà foi um dos mais conhecidos pintores surrealistas, mas seu legado artístico vai muito além da pintura. Além de pintor, foi escultor, ceramista e gravurista, fazendo das artes plásticas um terreno fértil para elementos imagéticos e oníricos.
Nascido em Barcelona, na Espanha, em 1893, Miró desde jovem esteve em contato com arte. Frequentou a Escola de Belas Artes de Barcelona até os 14 anos, quando se viu obrigado a abandonar os estudos porque seus pais desejavam que ele cursasse a faculdade de Economia.
Por algum tempo, trabalhou como balconista em uma farmácia, mas a vida monótona longe da arte o deprimiu. Sua recuperação veio com a volta aos estudos artísticos, em 1912, quando ingressou na Academia de Artes na capital da Espanha.
Foi nesse período que Joan Miró conheceu e se aproximou de movimentos como o fauvismo e o cubismo e se viu mais livre para começar a criar seu repertório artístico pintando retratos, nus e geométricos, geralmente com cores fortes e muito volume.
No final da década de 10, realizou a sua primeira exposição individual. Em 1921, muda-se para Paris, um grande centro cultural e artístico do período. É lá que vai conhecer nomes famosos, como o idealizador do Surrealismo, André Breton, e Pablo Picasso.
A partir daí, sua carreira começa a despontar e Miró pinta alguns dos seus quadros mais famosos, como A Fazenda (1922) e O Carnaval do Arlequim (1924). O estilo surrealista começa a despontar mais fortemente e aparecem os símbolos oníricos, porém sem grandes pretensões psicanalíticas.
Em 1926 participa da sua primeira exposição realista e em 1928 viaja para a Holanda – mesmo ano em que o Museu de Arte Moderna adquire duas de suas telas para o acervo. Já famoso, expande sua arte para colagem, ilustrações de livros e cenários de balé.
É nesse período, também, que expõe em grandes galerias fora da Espanha, sendo reconhecido internacionalmente. Sua pintura passa a valorizar elementos mais minimalistas, como manchas, pontos e linhas.
Tanto a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939) quanto a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) impactam no seu trabalho e Miró elabora o famoso painel O Ceifador (1937) e a série Constelações (1939 – 1941). A partir da década de 50, passa a se interessar pelo abstracionismo e a defender publicamente a arte catalã.
Com 90 anos, em 1983, Joan Miró faleceu na cidade espanhola de Palma de Maiorca.
Relação de Miró com o surrealismo
Foi na década de 20, quando esteve em Paris, que Miró teve um maior contato com os movimentos de vanguarda europeus, como o dadaísmo e o cubismo. Mas foi no surrealismo que ele encontrou sua maior fonte de inspiração.
Cores fortes, elementos fantásticos e oníricos, uma valorização do inconsciente pautada em teorias psicanalíticas, o expressar-se livremente: todas essas características – expressivamente surrealistas – fazem parte da obra de Joan Miró. Apesar disso, é preciso destacar o caráter autoral do estilo do artista.
Miró, apesar de ser considerado um surrealista, nunca participou ativamente do círculo de artistas desse movimento. Suas telas, muitas vezes, traziam elementos do abstracionismo e um entusiasmo com a arte rupestre – conhecida, na época, como arte primitiva – que faziam dele um artista único em meio aos surrealistas.
Principais obras de Miró
Agora que já conhecemos um pouco da vida e das características que marcaram o trabalho desse artista tão singular, vamos dar uma olhada em algumas das suas obras mais famosas?
La Granja (1922)
Pintada entre a estadia de Miró no verão de 1921 em Mont-Roig del Camp e o inverno de 1922 na cidade de Paris, La Granja retrata com maestria os detalhes da vida na casa de campo da família.
Com uma mistura entre um realismo mais primitivo e a simplificação das formas em formas geométricas abstratas, a obra antecede a entrada de Miró no surrealismo. Por muitos anos, ela pertenceu à coleção particular do escritor Ernest Hemingway.
Carnaval do Arlequim (1924)
Tons vibrantes, muitos elementos e a alegria do carnaval: assim se compõe a obra Carnaval do Arlequim, pintada por Miró no melhor estilo surrealista. Em um quarto, com uma pequena janela à direita, se encontram uma imensidão de símbolos carnavalescos.
Ainda ingressando nesse movimento, o artista é monotemático na escolha das cores e já continua se valendo das suas já tradicionais formas geométricas simples e exageradas.
Cão latindo para a lua (1926)
A clássica cena do cachorro latindo para a lua não passou batida por Joan Miró e sua arte. Nessa pintura, entretanto, o animal e o satélite natural estão um pouco diferentes, um pouco menos realistas: é o surrealismo de Miró dando as caras na simplicidade e nos detalhes.
O belo pássaro decifrando o desconhecido a um casal de amantes (1941)
Entre a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial, Miró mudou-se da França e criou a série Constelações, composta por 23 pinturas sobre papel. Buscando se refugiar dos horrores das guerras, o artista retratou estrelas, mulheres e aves em formas simples e sobrepostas.
A obra O belo pássaro decifrando o desconhecido a um casal de amantes pertence a essa coleção e é um dos últimos desenhos feitos pelo artista nessa temática. Com um fundo suave, várias linhas pretas e detalhes coloridos nas cores primárias, parece indicar uma fuga do terror da Terra para a tranquilidade do espaço.
Influência de Miró para a arte contemporânea
Joan Miró deixou um legado indiscutível para a arte contemporânea. Sua vontade de se expressar livremente – sem se ater às amarras do racionalismo excessivo – até hoje inspira artistas mais jovens a buscarem nas suas próprias experiências um estilo único.
Através do seu surrealismo singular, suas formas geométricas simples e exageradas e seu uso calculado de cores, as obras de Miró inspiram e revitalizam a arte contemporânea.
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Se Miró foi um surrealista fora dos padrões, seu estilo próprio não deixou a desejar! Cores fortes, simbologias escondidas, abundância de elementos, muitas linhas sobrepostas e uma vazão de sentimentos compartilhados. Sua arte espanhola e vanguardista permanece atraindo cada vez mais olhares curiosos e deslumbrados.
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Categorias: História da Arte