História da Arte

Movimentos artísticos: tudo sobre o surrealismo

Pintura A Persistência da Memória - Salvador Dalí (1931)

Precursor de muitas correntes artísticas modernas, o surrealismo foi uma das vanguardas europeias que surgiu no início do século XX e mudou os rumos do mundo da arte – sobretudo das artes visuais. Com ênfase nas imagens abstratas e oníricas, o surrealismo rejeitava os valores burgueses e tradicionais.

Você conhece esse movimento artístico? Quer saber mais sobre sua origem e suas principais características? Então acompanhe nosso texto e se deixe encantar pelo estilo de artistas como Dalí e Tarsila do Amaral!

A origem do surrealismo

O período histórico da origem do surrealismo se dá entre as duas grandes guerras (1919 – 1939). O momento era de incertezas e o desejo de viver um presente tomou conta da classe artística. Foi nesse misto de insatisfação e medo que novas interpretações da realidade acabaram surgindo.

É neste contexto que surge o Dadaísmo e a pintura metafísica do italiano Giorgio de Chirico. Em 1924, André Breton, escritor e dadaísta, rompe com o seu movimento atual – o dadaísmo – e lança o Manifesto Surrealista

Nas suas próprias palavras, “o surrealismo consiste em um automatismo psíquico puro que se propõe a exprimir, verbalmente, por escrito ou de qualquer maneira o funcionamento real do pensamento”. Surge então um novo modo de encarar a arte. A desobrigação da lógica e a realidade imagética tornam-se características indispensáveis do fazer artístico.

Dali em diante, o surrealismo é incorporado nas mais diversas manifestações artísticas. Apesar das artes visuais, como a pintura, terem um maior reconhecimento popular, a literatura também produziu grandes nomes de autores surrealistas.

Pintor Salvador Dalí

Características do surrealismo

Focados em realizar uma arte que reproduz a realidade de uma forma peculiar e menos voltada aos preceitos lógicos, os surrealistas desejam construir obras que transcendem o senso comum. 

Partindo desse pressuposto, as principais características do surrealismo são as seguintes:

  • A experimentação é uma das bases surrealistas. Desenho às cegas, escrita automática e qualquer método de composição que deixe de lado o controle racional;
  • Expressar a bagunça da mente através da livre associação e do automatismo psíquico. A ideia é preocupar-se o menos possível com os conceitos de recepção estética e verossimilhança;
  • Valorização do incomum, do onírico, do acaso e do inesperado;
  • Liberdade na hora da criação e valorização não só do resultado final mas também (e sobretudo) do processo criativo;
  • Utilização de técnicas mistas, como a colagem;
  • Valorização da “confusão” e do estranhamento através da representação de imagens e objetos em lugares incomuns e sem (aparente) relação entre si.

Principais artistas do surrealismo

Os principais nomes de artistas surrealistas compõem uma lista extensa. Entre os pintores, podemos destacar Salvador Dalí, Joan Miró, René Magritte, Max Ernst, Dora Maar, Yves Tanguy, Tarsila do Amaral e Cícero Dias. Entre os escultores, temos Alberto Giacometti, Paul Delvaux, Victor Brauner e Maria Martins.

Na literatura, os surrealistas mais famosos são o próprio André Breton (fundador do movimento), Paul Éluard, Louis Aragon, Jacques Prévert, Antonin Artaud, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Roberto Piva.

Obras surrealistas

Quer conhecer algumas obras de artistas surrealistas? Vem com a gente!

Pintura Os Amantes - Rene Magritte (1928)
Os Amantes – Rene Magritte (1928)

Os amantes, de René Magritte (1928)

Famosa e…enigmática! Como todo trabalho do belga Magritte, essa pintura atrai os olhares para seus objetos deslocados da vida real. Uma figura de terno preto está abraçada ao que parece ser uma mulher de vestido vermelho. Ambas vestem véus. E se beijam. É um beijo mediado pelos véus. Qual seria a significação desta ação?

As interpretações da obra são variadas. A mais clássica, entretanto, diz respeito a um tema recorrente no trabalho de Magritte: os desejos frustrados. Um beijo através de um tecido invoca o desejo de possuir o amante, mas sem o sucesso completo. A intimidade não seria conquistada em sua forma mais pura.

A persistência da memória, de Salvador Dali (1931)

Relógios derretidos em um cenário onírico. Neste famoso quadro de Dalí, que ilustra a capa do nosso texto, temos o que parece ser uma ode à Teoria da Relatividade de Einstein. O tempo parece escorrer de nossas mãos, sem o nosso controle. E mais do que isso: ele parece passar de uma maneira diferente da que estamos habituados. 

O tempo é, portanto, relativo. Os ponteiros dos relógios derretidos não marcam os segundos com precisão, mas antes trazem uma noção distorcida. Olhar para esses relógios nos faz refletir tanto sobre o objeto relógio como sobre a sua função, marcar o tempo.

Pintura Paisagem Catalã: O caçador - Joan Miró (1923)
Paisagem Catalã: O caçador – Joan Miró (1923)

Paisagem catalã, o caçador, de Joan Miró (1923)

Em um fundo metade vermelho e metade amarelo, elementos soltos estão distribuídos sem qualquer linha argumentativa evidente. A imagem que toma o espaço inferior do quadro parece ser de uma criatura de bigode com uma cauda triangular, que come insetos. A aposta da maioria dos críticos, é que este animal seja o caçador que aparece no título da obra.

Curiosidades sobre o surrealismo

  1. Lembra da obra de Dalí, A persistência da memória, que vimos acima? Pois saiba que ela foi pintada em apenas 5h! Em um dia em que Dalí se sentiu indisposto e desistiu de ir ao cinema com sua esposa, a ideia surgiu e o artista não perdeu tempo em desenvolvê-la.
  1. Miró ficou conhecido por suas pinturas, mas ele também era um excelente escultor. E para construir suas esculturas ele tinha o costume de pegar os brinquedos de seu neto! Cabeças de bonecas e barquinhos, nas mãos de Miró tudo podia virar arte.
  1. Uma das obras surrealistas brasileiras mais famosas é a tela Abaporu, da Tarsila do Amaral. Essa pintura foi feita como presente de aniversário para o marido da artista, Oswald de Andrade. Abaporu, por sua vez, vem da língua tupi-guarani e significa “homem que come”.
  1. Verdade ou mentira, o que se diz por aí é que René Magritte, em um momento de dificuldades financeiras, ganhou dinheiro falsificando obras de Picasso, Max Ernst e Giorgio de Chirico. 

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