Arte contemporânea: características e obras relevantes

Inovadora, reflexiva e plural: esses três adjetivos descrevem com propriedade a tendência artística construída no mundo pós-moderno, a arte contemporânea. 

Inspirando-se no modernismo ao mesmo tempo em que rompe com ele, os artistas e as obras contemporâneas brincam com novos suportes e novos temas, inaugurando uma outra forma de encarar a arte.

Neste texto, vamos conhecer mais de perto a arte contemporânea e as suas principais características e expoentes, além de compreender o seu impacto cultural para as novas gerações. Vem com a gente!

O que é arte contemporânea?

A arte contemporânea é toda a arte produzida a partir da segunda metade do século XX até os dias atuais. Podemos defini-la como uma tendência artística que apresenta técnicas diferenciadas e expressões inovadoras, que buscam incentivar o espectador a refletir e repensar o mundo ao seu redor a partir da obra que ele experiencia.

Com o término da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), o mundo passou por uma transformação. Da era industrial – marcada pela arte moderna – foi-se para a era tecnológica da comunicação e da informação. 

Esse rompimento é resultado do desenvolvimento de novas mídias, do processo de globalização e da cultura de massa. Com isso, os artistas contemporâneos passaram a produzir influenciados por um mundo muito mais culturalmente diverso, com acesso a tecnologias, materiais e métodos variados.

O resultado é uma arte que não tem medo de abordar questões sociais, políticas e culturais, buscando fomentar a reflexão através de diferentes perspectivas, contextos e experiências. O objetivo, acima de tudo, é repensar e reinventar as maneiras de se olhar para o mundo.

Diferença entre arte contemporânea e arte moderna

A arte contemporânea viu na arte moderna uma inspiração para alargar seus horizontes conceituais, de formato e de técnicas. Do estilo anterior, também trouxe o desejo pela inovação e pelas experimentações, assim como um certo borramento das fronteiras entre diferentes formas artísticas.

Apesar disso, é importante destacar que a arte contemporânea se distancia da arte moderna em diversos aspectos e valores: enquanto na segunda havia um desejo de representar o mundo de um modo realista e objetivo, na primeira quem se ressalta é a subjetividade – pronta para desafiar, o tempo todo, as convenções estéticas.

Características marcantes da arte contemporânea

E quais são as características específicas da arte contemporânea – que fazem com que essa expressão artística seja tão marcante? 

Se a arte moderna já começava a mostrar um desejo – ainda meio tímido – de refletir sobre a sua própria sociedade, com a arte contemporânea isso foi extravasado e colocado em prática. 

Assuntos mais politizados, como gênero, meio ambiente e identidade, passaram a figurar, de forma crítica, entre as temáticas propostas pelas obras. Além disso, essa abordagem reflexiva convida o próprio espectador a interagir com a construção artística.

A arte pós-moderna também se utiliza de uma linguagem visual marcante, que nem sempre leva em conta o seu apelo estético. Com a combinação de técnicas e materiais inovadores obtém-se uma mistura peculiar, enfatizando a multiplicidade de culturas, estilos e vozes que coexistem no nosso mundo.

Obras relevantes da arte contemporânea

Apesar da arte contemporânea possuir algumas características fundamentais que são mais marcantes, ela é bastante diversa e cheia de nuances. O mesmo acontece com seus movimentos e seus artistas, que navegam por diferentes temáticas utilizando-se de diversos materiais artísticos.

Para ilustrar, trouxemos algumas das obras mais relevantes desta tendência!

A icônica e famosa “Campbell Soup”” (1962), de Andy Warhol, é um dos melhores exemplos de como a arte pós-moderna pretende refletir não apenas sobre a sociedade em que está inserida, mas também sobre os seus próprios meios de produção. Na mesma pegada, temos o trabalho de Roy Lichtenstein, um dos grandes nomes da pop art, com obras como “Olha Mickey” (1961) e “Masterpiece” (1962).

Entre as pinturas, chamamos a atenção para “Blue with Orange” (1984) de Carmen Herrera, “Great blue cannibalism – Tribute to Tennessee Williams” (1962) de Yves Klein e “Untitled” (2007) de Ahmed Alsoudani. 

Nas esculturas, a aranha gigante (“Maman”, 1999) de Louise Bourgeois reina invicta e imponente. Entre as performances e os happenings, chamamos a atenção para a obra “The artist is present” (2010) de Marina Abramovic, “Semiotics of the kitchen” (1975) de Martha Rosler e “Cut Piece” (1964) de Yoko Ono.

Impacto cultural da arte contemporânea

Por dialogar com diferentes mídias e, teoricamente, abranger todos os públicos, a arte contemporânea possui um impacto cultural significativo ao influenciar várias formas de expressão artística, como o cinema, música, arquitetura, design e moda.

Com seu poder de desafiar as convenções pré-estabelecidas de modelos sociais, econômicos e políticos anteriores, a arte contemporânea funciona como uma forma de resistência ao promover a inclusão social e dar voz para aqueles que, antes, eram marginalizados. Poderosa!

Perspectivas para a arte contemporânea

Historicamente, a arte contemporânea é toda arte produzida hoje em dia. E como não poderia ser diferente, essa produção artística toma para si as ferramentas, as temáticas e as problemáticas do seu próprio tempo, o agora. 

O uso das tecnologias digitais, o envolvimento dos artistas com o cenário social e político, o reconhecimento da pluralidade cultural e a integração entre sistemas artísticos heterogêneos são as tendências que parecem prontas para guiar as perspectivas da arte contemporânea daqui para o futuro. 

Repensar o presente para construir o futuro

Com misturas muitas vezes inusitadas a um primeiro olhar, as obras e os artistas pós-modernos possuem, na sua essência, uma vontade intrínseca de repensar as estruturas artísticas. 

Levando em consideração o mundo que os rodeia, seus distintos contextos sociais e culturais, eles buscam criar uma arte instigante e reflexiva – pronta para construir um futuro diferente.

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Categorias: História da Arte