Processo criativo artístico: conheça o conceito e as etapas

Quando se escuta que uma pessoa é criativa, é comum pensar em alguém iluminado que misteriosamente recebe uma ideia e a coloca no papel, muito fácil, como num passe de mágica. Supomos que não é assim que funciona o seu processo criativo artístico. É muito possível, inclusive, que você lide bastante com bloqueios na hora de criar.

Pois saiba que não há nada de errado com você. A visão de que o processo criativo artístico é algo muito simples, como se bastasse colocar a tinta na tela para tudo fluir organicamente, não passa de um equívoco.

Esse processo é mais complexo, sendo constituído por etapas e funcionando de uma forma diferente para cada pessoa. Quer entender mais sobre esse assunto? Acompanhe o artigo!

O que é o processo criativo artístico? 

O caminho entre a ideia e a obra completa pode ser muito mais longo do que se costuma pensar. O processo criativo artístico é a busca pela forma como o artista abordará a mensagem que pretende passar para o mundo, seja a comunicação de um sentimento, um impacto visual, a provocação de questionamentos sobre a realidade, entre outros.

E essa não é uma tarefa fácil, pois envolve dúvidas, incertezas, inquietações, questionamentos, erros, acertos…é o momento em que o artista vive e dialoga com a sua obra.

Diferente do que se costuma pensar, existem etapas no processo criativo, que podem ser mais longas ou mais curtas, mais sofridas ou mais tranquilas, a depender do que se pretende fazer e da personalidade de cada artista.

Inclusive, o número de fases também pode variar de pessoa para pessoa, mas, geralmente, são 3 as etapas do processo criativo artístico: saturação, produção e liberação. Vamos entender melhor essas etapas logo adiante. 

As etapas do processo criativo artístico 

Saturação

Sabe quando você está distraído, escutando música, ou caminhando na rua e, de repente, surge uma ideia genial para um projeto artístico? 

Você se empolga e começa a pensar muito sobre ela, a fazer conexões com outros produtos, artísticos ou não, lembra de uma conversa que se relaciona com essa ideia e então pesquisa sobre tudo o que tem a ver com ela. 

Você pega referências, faz rascunhos, cria um moodboard e se enche de elementos que possam te ajudar na hora de, enfim, começar a produzir. Essa é a chamada fase de saturação.

De tanto trabalhar a ideia, até surgem novas ideias, que se somam à original. Essa etapa é muito importante para aprimorar aquilo que você quer comunicar, podendo levar algum tempo até chegar a hora de produzir de fato. 

O importante é que haja alguma objetividade além da subjetividade (que também é importante), para que não haja desistência no meio do caminho. Ter algo material, como um moodboard ou outra forma de documentar o que surge, pode ajudar nessa tarefa. 

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Produção

Chegou o momento em que você já se sente satisfeito com as referências colhidas e já pensou muito no assunto. Agora é hora de pôr a mão na massa, ou no lápis, ou na tinta, ou seja lá qual for a linguagem artística escolhida. 

Talvez, nessa fase, aconteçam alguns bloqueios criativos. Frente a isso, a melhor dica é: comece! Confie no trabalho de pesquisa que foi feito antes e até revisite o material colhido se sentir necessidade. E tenha na cabeça a certeza de que você é livre para fazer o que quiser, testar, experimentar, avançar, voltar atrás, tomando o tempo que for preciso. 

Arrisque-se e tente outra vez sempre que achar que não chegou ao resultado esperado. Vale experimentar materiais diferentes, misturar técnicas, mudar o ambiente de trabalho e, principalmente, se divertir no processo, afinal, esse é o momento em que você está fazendo o que ama.

Liberação

Você chegou ao resultado esperado e sente que não há mais o que acrescentar à sua obra, pois ela já apresenta a estética desejada e já comunica o pensamento que você elaborou na etapa de saturação. Findado o seu momento com a obra, é hora de liberá-la para o mundo. 

Na fase de liberação, você expõe o seu produto artístico à apreciação do público com quem a obra irá dialogar, suscitando nos outros questionamentos para além do que você pensou, visto que cada pessoa interpreta a arte a partir de suas próprias experiências.

Apesar de demarcarmos bem cada etapa aqui, é comum que em algum momento elas se sobreponham. Por exemplo, quando o artista sente a necessidade de interromper a fase de produção para amadurecer ainda mais a ideia, voltando à etapa de saturação. Em alguns casos, o artista pode apresentar ao público a obra inacabada, deixando claro que ela ainda está em processo de construção. 

Hoje, é comum, inclusive, ter projetos em que o foco é o processo criativo artístico, tendo o olhar do público a todo o tempo.

A importância do tempo no processo criativo artístico 

Já falamos anteriormente que as etapas do processo criativo variam de pessoa para pessoa e da obra que se pretende produzir. Às vezes, esse caminho terá a duração de alguns dias. Outras vezes, pode demorar até mesmo alguns anos. Dizem que a Monalisa de Leonardo da Vinci demorou entre 3 e 4 anos para ficar pronta.

Então, é preciso respeitar o seu próprio tempo de amadurecimento das ideias, de experimentação, de se permitir errar, de testar coisas novas e mesmo de mudança de direção no meio do processo. Certamente haverá um enriquecimento da sua experiência como artista, bem como da obra que você está construindo.

Dicas para ajudar no processo criativo artístico

Tenha um sketchbook sempre com você

Como dito anteriormente, as ideias surgem quando menos se espera, e ter como registrá-las no momento em que aparecem pode ajudar muito no seu processo criativo. Por isso, a dica é contar com um sketchbook.

O sketchbook é um caderno com folhas sem pautas e com gramatura maior, para que se possa usar diferentes tipos de materiais de arte. Você pode fazer esboços, anotações, testar cores e diferentes pigmentos, secos ou molhados, criando material para amadurecer o seu pensamento e ajudar na hora de produzir a arte final.

Abrace o ócio criativo

Sempre haverá aquele momento de bloqueio, que você não consegue enxergar a resposta para uma questão que surge na hora de produzir. Bater a cabeça não costuma ajudar muito, além de causar cansaço seguido de desmotivação.

Quando chega esse momento, é hora de descansar e fazer algo que te dê prazer. O chamado ócio criativo é benéfico para quem trabalha com a criatividade. E isso quem diz é a neurociência. 

A sensação de bem-estar promovida por uma atividade de lazer contribui com processos cerebrais que fazem com que novas ideias surjam em sua mente. 

Use as redes sociais a seu favor 

Com o advento da internet, ficou muito mais fácil buscar referências para trabalhos artísticos. As redes sociais de imagens, como Pinterest e Instagram, são um pote de ouro quando se trata de material de arte. Use palavras-chave e hashtags que se relacionam com o tema que pretende trabalhar. As próprias redes sociais contam com a facilidade de criar pastas para reunir o que for de interesse.

Dica: Confira Alla Prima, um curta-metragem sobre o processo criativo da arte, dirigido por Karol Saldanha!

Conclusão 

Como visto, o processo criativo artístico, apesar de contar com etapas comuns a todos, também tem especificidades que mudam de pessoa para pessoa. Você conseguiu se enxergar nas fases abordadas? Você acrescentaria outras etapas?

Esperamos que o texto tenha contribuído com reflexões acerca desse processo e que possa te ajudar daqui para frente no seu próprio processo criativo. O importante é entender que você precisa respeitar o seu tempo, que ser artista é estar aberto a experimentações, sem medo de errar, e que o processo precisa ser divertido. Então, não se cobre tanto.

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