Há uma maneira simples (mas que exige bastante treino e estudo) para deixar seus desenhos com ainda mais qualidade: trabalhar a noção de profundidade! Apesar de ser um conceito relativamente fácil de compreender, adicionar profundidade em um trabalho de artes plásticas requer conhecimento e dedicação.
Você quer saber como fazer trabalhos com profundidade? Então não deixe de ler nosso texto! Conheça os principais recursos para criar profundidade em um desenho e comece a treinar agora mesmo.
Conceito de profundidade na arte
Segundo o professor de psicologia da arte Rudolf Arnheim, a noção de percepção é a capacidade visual de perceber o mundo em três dimensões. E, dentro do universo artístico, isso pode ser reproduzido através de uma ilusão em um suporte pictórico.
Quando falamos em profundidade considerando a nossa capacidade da visão, necessariamente consideramos a noção de espaço tridimensional e a nossa percepção de quatro dimensões. É com essa percepção de profundidade que conseguimos estimar a distância até um objeto.
Na arte, a noção de profundidade é fundamental para propiciar que a imagem representada nas obras seja fidedigna (ou ao menos muito parecida) à realidade. Foi acompanhando o desenvolvimento das noções óticas dentro dos ramos científicos que a representação artística se formou.
Particularmente, foi no Renascimento, quando a pesquisa científica da visão passa a ser encarada como uma ciência da representação, que as artes como a pintura, a arquitetura e o desenho sofreram radicalmente uma mudança.
Com o avanço das teorias geométricas e óticas, a arte aprendeu a projetar objetos em profundidade através da convergência de linhas paralelas em um único ponto de fuga. Essa mudança foi crucial para que a representação artística dos séculos seguintes florescesse.
O que é a profundidade em um desenho?
No desenho, a concepção de profundidade possibilita representar o mundo tridimensional – que é como nós o vemos – em uma superfície bidimensional, como a tela e o papel. Para que isso aconteça, entretanto, é preciso se utilizar de algumas técnicas que adicionam a ilusão de volume.
Quer conhecer esses recursos? Continue a leitura que explicamos direitinho!
Recursos para criar profundidade em um desenho
Para conseguir criar profundidade em um desenho existem três recursos que podem ser utilizados: através da aplicação de sombras e luzes, através do efeito de perspectiva atmosférica e, por fim, através da técnica de perspectiva.
É esta última, inclusive, o principal artifício utilizado pelos desenhistas e pelos pintores quando o objetivo é adicionar profundidade a uma obra de arte. É com a técnica da perspectiva que a ilusão de profundidade é projetada nos planos bidimensionais através do uso de pontos de fuga, para os quais todas as linhas convergem.
A esse tipo específico de perspectiva damos o nome de linear, também chamada de perspectiva cônica ou de observação. Sua finalidade é simples: com ela conseguimos dar volume no papel aos objetos que, no mundo real, possuem altura, largura e comprimento.
Para ficar mais fácil de compreender, vamos pensar em uma arte bidimensional. Uma arte desse tipo apresenta figuras que estão dispostas em uma superfície plana, onde não há nenhuma percepção de volume. Sabe aquele tradicional desenho da casinha que aprendemos a fazer lá no jardim de infância? Pois é!
Para adicionar profundidade em um desenho desse tipo, é preciso apelar para alguns truques simples que “enganam” o nosso cérebro e dão a impressão de volume. Com a perspectiva linear, conseguimos isso!
Elementos da perspectiva que indicam profundidade
Para conseguir essa tão sonhada profundidade através da perspectiva linear ou de observação, alguns elementos precisam se fazer presentes. São eles:
Linha do horizonte
A linha do horizonte é aquela linha imaginária que representa o nível dos olhos daquele que observa. Quando falamos de uma paisagem, por exemplo, é a linha que faz a separação do céu e da terra;
Ponto de vista
Em um desenho ou ilustração, o ponto de vista costuma ser identificado no cruzamento de uma linha vertical perpendicular à linha do horizonte.
Ponto de fuga
O ponto de fuga nada mais é que o ponto localizado justo na linha do horizonte para onde todas as linhas paralelas convergem quando vistas em perspectiva.
Linhas de fuga
E por último, mas não menos importante, temos as linhas de fuga. Elas são linhas também imaginárias que reproduzem o efeito da noção de perspectiva convergindo para o ponto de fuga. É justamente o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto que cria o efeito visual de profundidade dos objetos em perspectiva!
Como criar um desenho em profundidade?
Agora que você já sabe como funciona o conceito de profundidade na arte e quais os elementos da perspectiva linear que originam essa ilusão visual em superfícies planas de desenho, que tal aprender dicas básicas de como criar um desenho em profundidade? Aqui vão algumas!
Crie figuras simples
Treine perspectiva com figuras simples, como uma casa ou um quadrado! Para isso, você vai precisar apenas de papel, régua e lápis. Faça mais de três linhas de perspectiva que comecem do ponto de convergência. A partir disso, trace um quadrado que conecte as linhas superiores às inferiores e que esteja perpendicular às linhas horizontais.
Pratique com as observações do dia a dia
Pratique desenhando ruas ou paisagens a partir de um único ponto de fuga. Escolha um elemento (como uma rua) que vai chamar a atenção do observador. Faça com que essa rua vá ficando mais estreita até chegar no ponto de fuga!
Se for adicionar outros elementos (como casas ou pessoas), lembre-se que esses elementos também precisam convergir para o ponto.
Treine os contrastes no sombreamento
Estude sobre claro e escuro, luz e sombra. Além de treinar a perspectiva, você pode adicionar profundidade a um desenho trabalhando o conceito de volume. E isso você consegue intensificando o sombreamento da imagem!
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