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Desenho de natureza morta: técnicas e dicas

Desenho de natureza morta: técnicas e dicas

Uma arte antiga, ocupada por objetos do cotidiano e representações da passagem do tempo: o desenho de natureza morta perpassa gerações e continua firme e forte entre os principais motivos de artistas amadores e profissionais.

Vamos juntos desvendar o conceito de natureza morta na arte? Descubra os principais materiais para realizar esse tipo de pintura, aprenda dicas e técnicas para praticar você mesmo e, de quebra, fique por dentro das obras mais famosas do gênero!

Desvendando o conceito de natureza morta na arte

A natureza morta se constitui como um gênero artístico que retrata objetos inanimados e parados, sobretudo aquelas figuras tão comuns em nosso cotidiano – como frutas, flores e utensílios domésticos. Apesar dela ser considerada uma arte decorativa, seu objetivo e sua função vão muito além!

O termo “natureza morta” surgiu de maneira oficial por volta de 1600, na Holanda, para designar um gênero artístico que pintava essencialmente objetos sem vida. Nesse período, tal gênero costumava ser visto com algum desprezo pela academia, que considerava a pintura histórica e os retratos muito mais relevantes.

Para os acadêmicos, uma obra de arte precisava passar uma mensagem. Elemento que, acreditavam eles, a natureza morta não era capaz de fazer. Tal crítica, entretanto, passou a ser fortemente contestada com o passar dos anos, já que a simbologia da natureza morta pode ser muito diversa.

Sua história não é recente. As primeiras pinturas de natureza morta conhecidas datam do século XV a.C. e foram feitas pelos egípcios – que retratavam alimentos (como peixes, carnes e grãos) nas paredes dos cemitérios antigos. 

Já na Idade Média, a natureza morta tomou contornos religiosos, principalmente através dos arranjos das cenas bíblicas. No Renascimento, ao mesmo tempo que foi criticada pelos acadêmicos, popularizou-se através de pinturas em temas florais. 

Mas foi na modernidade, através do pós-impressionismo e de nomes como Cézanne e Van Gogh, que a natureza morta ganhou outro status e passou a fazer jus ao seu trabalho cuidadoso, realista e cheio de delicadeza.

Quadro Natureza morta com maçãs e laranjas, Paul Cézanne
Natureza morta com maçãs e laranjas, Paul Cézanne

Elementos essenciais de uma composição de natureza morta

Com uma ampla paleta de cores, muita técnica para reproduzir traços precisos e distintos e variados objetos como motivo artístico, a natureza morta exige dedicação, prática e muito estudo. 

Entre seus elementos típicos, encontram-se objetos do dia a dia, como taças, livros, jarras, frutas, flores, garrafas e instrumentos musicais. Outro ponto importante na natureza morta é a escolha estratégica desses objetos na cena, visando uma composição harmoniosa e equilibrada.

Estudo de luz e sombra em natureza morta

Assim que batemos o olho em alguma obra clássica do gênero, alguns aspectos técnicos rapidamente nos chamam a atenção. O cuidado com a luz e sombra é um deles! 

Por ser um tipo de arte que demanda atenção aos detalhes e perfeccionismo na reprodução da realidade conforme ela é vista, adicionar perspectiva e volume na hora de elaborar os traços do desenho é fundamental, e esse efeito é obtido com a aplicação do estudo de luz e sombra.

Escolhendo materiais para pintura de natureza morta

Como a natureza morta é uma técnica que exige empenho para que o seu resultado seja satisfatório, treinar é a melhor pedida. Por isso, na hora de escolher os materiais que você irá utilizar, deve-se levar em conta as muitas horas de treino e de rascunhos.

Não é necessário usar muitos materiais diferentes, contanto que eles sejam de qualidade! 

Um bom lápis grafite para fazer o esboço, papéis de gramaturas variadas para testar diferentes traços e uma borracha que deixa menos sujeira ao apagar são suficientes para treinar bastante a natureza morta.

E se você quiser ir em frente e colorir o desenho, as opções de materiais são muitas. Pode ser com guache, caneta, lápis de cor e aquarela. Tudo depende das suas preferências. 

Criando sua própria natureza morta: dicas e técnicas

Quer criar a sua própria obra desse gênero artístico? Comece escolhendo um motivo – isto é, a cena que você vai pintar. Um vaso de flores em cima da mesa de jantar, uma única maçã na fruteira, duas taças de vinho meio vazias: o que você preferir! 

Antes de mais nada, foque na composição da imagem: como a cena será montada com os elementos que você escolheu? O objetivo é que ela seja harmônica, com os objetos nos lugares corretos. Demarque cada coisa de maneira suave e comece a esboçar.

Priorize as formas básicas dos objetos. Depois que elas estiverem prontas, é o momento de começar a deixar tudo mais realista. Para isso, vale apostar nas técnicas de sombreamento (como o esfumado, por exemplo), sempre levando em consideração a fonte de luz e a projeção das sombras.

O acabamento fica a seu critério: pode ser em preto e branco ou colorido. A dica é utilizar as cores sempre levando em conta a noção de claro e escuro, para deixar a obra ainda mais realista.

Quadro Natureza morta e um relógio preto, Paul Cézanne
Natureza morta e um relógio preto, Paul Cézanne

Artistas e obras famosas que retratam o gênero

Apesar de ser um tipo de arte bem específica, a natureza morta pode ser feita com diferentes técnicas e estilos – tudo depende da época, do artista e da finalidade! 

Jan Brueghel (também conhecido como O Velho) viveu entre 1568 e 625 na Bélgica e é amplamente famoso pelas suas pinturas florais. Em obras super detalhistas, onde cada flor recebe um destaque único, o fundo geralmente é escuro – uma opção pensada para ressaltar ainda mais o motivo escolhido.

Paul Cézanne (1839 – 1906) pintou uma das mais famosas naturezas mortas do pós-impressionismo. Cesta de Maçãs (1893) possui cores saturadas, pinceladas marcadas e seu sombreamento mais claro suaviza a pintura. No mesmo estilo, podemos destacar a tela Natureza Morta com Melão (1872) de Claude Monet (1840 – 1926).

Quer outros exemplos de outros artistas que se dedicaram a pintar naturezas mortas? Willem Claesz Heda, Vincent Van Gogh, Jan Van Huysum, Fede Galizia e Clara Peeters são nomes que criaram belas imagens de objetos do cotidiano.

Tradição e inovação: misturando com a Artools

Agora que você já conhece um pouco mais da história desse gênero tão tradicional que é a natureza morta, que tal inovar e adicionar um pouco do seu estilo pessoal para criar desenhos e pinturas com objetos como flores, frutas e utensílios domésticos? 

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