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Entendendo o conceito de chiaroscuro na arte

Entendendo o conceito de chiaroscuro na arte

O contraste entre luz e sombra é fundamental no universo da arte, pois adiciona profundidade e volume às obras, deixando os objetos principais do trabalho artístico em evidência e prendendo a atenção dos espectadores. E é aqui que entra o conceito de chiaroscuro, uma técnica renascentista utilizada até hoje.

Para conhecer mais de perto o chiaroscuro e os principais artistas que consolidaram essa técnica, continue com a gente! Além disso, confira também um passo a passo básico para iniciar nessa prática e descubra quais os materiais artísticos que não podem faltar na sua bancada quando falamos em chiaroscuro.

Chiaroscuro: capturando luz e sombra no papel

Vamos começar pelo termo! Chiaroscuro é uma palavra em italiano que, em uma tradução direta para o português, significa claro-escuro. Basicamente essa técnica diz respeito ao contraste entre luz (claro) e sombra (escuro), conceitos tão importantes nas obras de arte – sobretudo nos desenhos e nas pinturas.

Colocar essa técnica em prática pode até parecer simples, mas ela exige bastante dedicação, além de conhecimentos prévios em perspectiva e luminosidade. Para criar em chiaroscuro, é preciso apostar no contraste. É a partir dele que tanto os objetos quanto os seus volumes vão sendo definidos.

Se você ainda não conseguiu visualizar uma pintura em chiaroscuro, pense em algo que possui seus motivos mais escuros com uma fonte de luz – geralmente única – de fora da cena, iluminando tudo. O contraste precisa ser alto, a ponto de adicionar volume e profundidade na cena!

Dica: Como aplicar o conceito de luz e sombra em um desenho

Tenebrismo e sfumato: variações de chiaroscuro na arte

Na arte, podemos encontrar algumas variações famosas do chiaroscuro. Entre as principais, encontram-se o tenebrismo e o sfumato. 

Enquanto no chiaroscuro o contraste entre luz e sombra possui um número pequeno de nuances tonais nas transições, no sfumato esses gradientes entre as tonalidades são bastante suaves. É daí, também, que vem o seu nome: sfumato vem do italiano “sfumare”, isto é “evaporar como fumaça” ou “de tom baixo”.

Já o tenebrismo é quase como uma radicalização da técnica do chiaroscuro: os contrastes entre luz e sombra são intensos, deixando a iluminação exagerada. O objetivo é criar um efeito que pareça ainda mais realista e dramático, onde as figuras retratadas tomam dimensões esculturais. 

Leia também: Desenho de natureza morta: técnicas e dicas

A história e os mestres da técnica de chiaroscuro

Conhecida por ter se consolidado durante o Renascimento, a técnica do chiaroscuro já mostrava seus sinais nas pinturas gregas do período helenístico (338 a.C. até 146 a.C.) através da utilização dos contrastes e das sombras para obter volume.

É no Renascimento, entretanto, que a técnica tomou corpo e forma. Como esse movimento artístico buscava se inspirar nos ideais clássicos da Roma e da Grécia antigas, não é de se espantar que o contraste e as sombras acabaram surgindo nas pinturas e ganhando destaque.

Outro fator importantíssimo para a consolidação da técnica do chiaroscuro é o desenvolvimento de novos materiais artísticos, como a tinta a óleo. Com uma secagem lenta e uma translucidez que as tintas anteriores não possuíam, se tornou muito mais fácil criar novas tonalidades e construir várias camadas.

Entre os pintores renascentistas mais conhecidos por sua destreza com o uso do chiaroscuro, podemos destacar o italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio e o holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn. 

Caravaggio (1571 – 1610) ficou conhecido como um artista provocador. Grande entusiasta do chiaroscuro, do realismo e da dramaticidade, compunha pinturas marcadas pelos fundos escurecidos e pelos objetos centrais iluminados por uma fonte de luz exclusiva.

Quadro Vocação de São Mateus, Caravaggio
Vocação de São Mateus, Caravaggio

Rembrandt (1606 – 1669), por sua vez, era mais sutil ao utilizar o chiaroscuro. Com personagens introspectivos e um bom uso de tons dourados, utilizava a luz para criar as formas dos objetos. Além de pintor, era um excelente gravurista, e também nas gravuras aplicava o claro-escuro como ninguém.

O chiaroscuro em outros campos artísticos

Mas não é só na pintura que o chiaroscuro fez a sua fama. Por trabalhar o contraste entre sombra e luz, essa técnica passou a ser explorada em outros tipos de arte, como o cinema e a fotografia.

Na sétima arte, o cinema noir ficou amplamente conhecido pelos contrastes evidentes entre claro e escuro, com uso de luz e sombras para enfatizar o tom misterioso da sua temática. Para conseguir um efeito parecido ao das pinturas e fazer o público se sentir imerso nas produções, as sombras eram exageradas e as luzes dramáticas.

Já na fotografia, onde a luz é quem guia o trabalho fotográfico, não é de surpreender que o chiaroscuro tenha sido facilmente incorporado pelos fotógrafos. Há quem diga, inclusive, que a luz, o enquadramento e o contraste utilizados por Caravaggio fazem dele um dos grandes precursores da fotografia!

Técnicas básicas para iniciantes em chiaroscuro

Se você quer iniciar no chiaroscuro, mas não sabe bem por onde começar, a gente te dá uma forcinha com um passo a passo simples com técnicas de sombreamento. Vem com a gente!

Comece criando um desenho simples de uma cabeça, com linhas básicas – lembre-se que os detalhes serão adicionados depois, com as sombras. O objetivo do chiaroscuro é adicionar volume, então leve isso em consideração na hora de planejar os elementos dessa cabeça.

O próximo passo é criar o plano de fundo. É esse entorno ao redor do assunto principal que vai criar o contraste tão procurado, aquele ponto focal que atrai o olhar do espectador. O fundo precisa ser escuro, mas não precisa necessariamente ser preto.

Para conseguir esse fundo escuro, basta aplicar mais ou menos pressão com o lápis. Daí em diante, chegou a vez de desenvolver as sombras. Qual é a direção da sua fonte de luz? Vá adicionando sombras nas partes opostas a essa fonte e você, aos poucos, conseguirá adicionar mais profundidade ao desenho.

Agora é com você: tenha calma e vá criando mais sombras e mais contrastes, sempre levando a fonte de luz como ponto de direcionamento. 

Desenho de garrafa de azeite de oliva

Materiais essenciais para praticar chiaroscuro

Para que a técnica do chiaroscuro possa ser praticada com eficácia e bons resultados, é fundamental ter os materiais certos. Eles não são muitos, mas fazem toda a diferença na hora de colocar a mão na massa. 

Entre aqueles que não podem faltar na sua mesa de trabalho, está um bom lápis. Na Artools você encontra o Lápis Graduado Graphite, em 12 diferentes graduações e com traços intensos e precisos – perfeito para esfumar, contrastar e brincar. 

Um papel de boa qualidade, com a gramatura entre 90g/m² e 160g/m², garante mais conforto na hora de desenhar – sobretudo se você precisa caprichar na hora de pressionar o lápis no papel

E por mais que você se esforce, é inevitável: uma hora você precisará corrigir algum detalhe. Para isso, aposte em borrachas que deixam menos resíduos e causam menos atrito no papel, como a Borracha Blank da Artools. Com menos esforço para apagar grafites escuros, a superfície do desenho fica preservada!

Esfera e retângulos desenhados usando a técnica do chiaroscuro

Luz, sombra… chiaroscuro!

O claro-escuro está longe de ser uma técnica passageira e, até hoje, influencia diferentes artistas e movimentos artísticos. Seja na pintura e no desenho ou na fotografia e no cinema, o chiaroscuro sabe que é na manipulação da luz e da sombra que se encontram os melhores contrastes.

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